quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Yukio Mishima

Nunca é demais ler os romances de Mishima. A poesia está lá presente com elegância e pertinência. Olhem este excerto de "O marinheiro que perdeu as graças do mar":

"Por fim, sacudindo todo o porto e vibrando em todas as janelas da cidade; assaltando cozinhas onde se preparava o jantar e sórdidos quartos de hotel onde os lençõis nunca são mudados, e mesas de estudo à espera que as crianças cheguem a casa, e escolas e courts de ténis e cemitérios; mergulhando tudo num momento de dor, rasgando cruelmente inclusive os corações das pessoas não envolvidas, a sirene do Rakuyo gritou um último e imenso adeus. Com um rasto de fumo branco o navio fez-se ao largo. Ryuji desaparecia de vista"

Fantástica (triste e inexorável) discrição de uma partida.

1 comentário:

Margarida Azevedo disse...

A banda sonora do filme 'Mishima', de Philip Glass é impressionante. Está nos meus 'best of' de uma vida.

Cordialmente,
Margarida (já nos conhecemos ... APMT).

Feliz 2009!