segunda-feira, 29 de junho de 2009

Crise II

Disse Jose Zapatero: "na crise, aterra como puderes".
Vamos levar isso em conta quando nos convidarem para voar...

atabalhoado
um pombo aterrou na pomba:
- Desculpe. É a crise...

terça-feira, 23 de junho de 2009

Crise...

A forma de escrita de haiku é por vezes muito desconcertante para pessoas que não estão habituadas a ler este tipo de poesia.
Um colega meu ao folhear o meu último livro e vendo o quão pequenos eram os textos em cada uma das páginas, disse meio a brincar meio a sério: "Em tempo de crise já viste quanto papel está aqui desprediçado?"
É verdade... mas eu prefiro pensar em quanta tinta eu economizei...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ao de leve...

Roçagar de linho:
quando sentaste ao meu lado
foi só o que ouvi.

sábado, 13 de junho de 2009

Haibun de Veneza

na Bienal de Veneza uma exposiçao de arte contemporânea está determinada em mostrar outras escalas para os coisas do quotidiano formigas e louva-a-deus enormes parecem dinossauros olhos do tamanho de pneus de camião, patas como árvores deitadas uma menina puxa pela mão do pai vem ver vem ver e o pai resiste agora não vem ver insiste só um bocadinho o pai acede meio contrafeito e é guiado e arrastado pelo corpo de quatro anos vês e apontou para o chão não vejo nada olha bem olha melhor vês vês o pai agachou-se e no chão havia um bicho de conta

a menina
quando o navio se afasta
olha os peixinhos
a menina
olha a alga no mar

domingo, 7 de junho de 2009

Estrelinha

As coisas que se aprendem nas viagens... Calhou em conversa com um colega russo falar do ultra-poderoso e ultra-odiado Joseph Stalin. E não sei como veio à baila o significado de Stalin. Stalin em russo quer dizer "Estrelinha". É isso: o Senhor José Estrelinha!!! Foi este que liquidou, deportou e oprimiu milhões de pessoas? Com um nome destes? "Senhor Estrelinha" podia ser o nome do senhor que tem uma barbearia na esquina da rua mas nunca o do "Pai dos Povos" e o comandante do Exército vencedor de Hitler.
Estrelinha...ele há cada uma!!!

sábado, 6 de junho de 2009

Novosibirsk

A esquina da fachada do CityBank, uma placa de 1950 mostra dois soldados russos com os olhos no futuro a assegurar que o capitalismo nao passara.
Os pardais (oh, sempre os pardais) andam atarefados na relva do parque enquanto um musico improvisado canta a marcha nupcial para um casal de noivos dancar para os numerosos fotografos. Logo ao lado montam=se as bancas de uma festa do Partido Comunista cheia de bandeiras vermelhas, daquele vermelho. Tocam cantos revolucionarios num compact da Sony.

pardais indecisos
entre o verde
e o verme;lho.