domingo, 30 de dezembro de 2007

Queremos um Ano Novo! / We want a New Year!

Justiça e Paz. Ainda não foi em 2007. Vamos tentar de novo?

Sol ainda frio
rompendo a geada,
pontual, o gomo.


Peace and Justice. Not yet possible in 2007. Let's try again?

Sun still cold
breaking through the frost,
punctual, the bud.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Será a poesia? / Would it be poetry?

Casimiro de Brito, poeta português e Ban'ya Natsuishi, poeta japonês, publicaram no Japão um livro quadrilingue de haiku com o título "Através do ar".
É neste livro que está este haiku da autoria de Ban'ya Natsuishi:

Espiral infinita
cantando silenciosa
no nosso corpo.



The Portuguese poet Casimiro de Brito and the Japanese poet Ban'ya Natsuishi, published in Japan a haiku poetry book called "Through the Air" in four languages. The book includes this haiku written by Ban'ya Natsuishi:

An endless helix
sings silently
inside our body.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Mar: auto retrato / Sea: self portrait

O Sol de Inverno / The Winter Sun

Como mão de amigo
o Sol de Inverno amorna
os meus ombros.


Like a friend's hand
the Winter Sun makes my shoulders
lukewarm.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Ainda o Homem e a Natureza... / Still Man and Nature...

Uma reflexão sobre a relação entre o Homem e a Natureza:

A Vida interrompe a Natureza
e a Natureza interrompe a Vida.



A reflection about the relationship between Man and Nature:

Life interrupts Nature
And Nature interrupts Life.

As comunicações e a comunicação / Communications and communication

Tantas pontes
e cada vez vou menos
para a outra margem.

So many bridges
and is so rare to travel
to the other bank

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Uma resposta iluminada / An enlighted answer

Publiquei no dia 21 de Dezembro este haiku:

Sozinho à janela
a olhar a água da chuva
que sabe onde ir.

E recebi esta resposta iluminada:

Contigo à janela
a olhar a água da chuva
já sei onde ir



I published on the 21st December this haiku:

Alone on the window
looking at the rain
that konws where to go

And I got this answer:

With you at the window
Looking at the rain
I already know where to go.

A chegada do Ano Novo / A New Year is arriving

Um novo ano: mais uma fatia em que nós cortamos a vida...
Inahata Teiko (n. 1931) poetisa japonesa, escreveu:

Como se a felicidade
esperasse o novo ano
pelo calendário

A new year: another slice that we cut from life.
Inahata Teiko (n.1931) a Japanese poetess, wrote:

As happiness
could wait the new year
in the calendar.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Podia ser Jesus a nascer? / Could it be the birth of Jesus?

Memórias de Natal / Christmas memories

Como cascas de árvore
as memórias frutuam
no rio da música

As barks
memories flote on the river
of music

Haiku no feminino / A female haiku

Mitsuhashi Takajo (1899-1972), poetisa japonesa, escreveu este haiku que é um bom desejo para o Novo Ano!

Suas vidas duram
só enquanto estão a arder
mulher e pimenta


Mitsuhashi Takajo (1899-1972), a japanese poetess, wrote this haiku that expresses a good wish to the New Year!

Their lives last
only when they are burning
woman and pepper.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um haiku de Inverno / A Winter Haiku

Sozinho à janela
a olhar a água da chuva
que sabe onde ir.


Alone at the window
Watching the rain drops
that know where to go.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Merecer a poesia / To deserve poetry

Disse-me um poeta há dias: "Vou parar de escrever... as pessoas não merecem!". Não merecem... é preciso que mereçam para eu escrever? Que seria de mim se elas não merecessem?


A poet told me some days ago: "I am stoping my writing... people don't deserve it!" Don't deserve it... Do I need that they deserve it? Poor of me if they don't deserve it...

Prazeres e dores / Pleasures and pains

Prazeres e dores
têm que ser raros
senão não são.

Pleasures and pains
must be rare
otherwise don't exist.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Por onde anda a poesia? / Where is poetry?

Por onde anda a poesia? Escondida na amizade? De uso tão privado que envergonha partilhar? Esquecida na infância? Atribuida aos "poetas"? Por onde anda a poesia que está longe, longe do nosso dia a dia?

Where is poetry? Hidden in the friendship? So private that is embarassing to share? Forgotten in the childwood? Is poetry a matter of "poets"? Where is poetry that seems to be so far, far away from our everyday life?

sábado, 15 de dezembro de 2007

Um haiku de Natal / A Christmas Haiku

Lama no passeio
Um Pai Natal de plástico
Sorri sem parar.

Mud on the sidewalk
a plastic Santa Claus
smiles on and on.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Aniversário literário / Commemoration

O poeta português Casimiro de Brito, conhecedor e escritor de haiku comemorou este ano os 50 anos da sua vida literária lançando 9 livros! Parabéns pelos versos que nos deu! Um haiku de Casimiro de Brito:

de canto em canto
vou caindo
no charco do silêncio

The Portuguese poet Casimiro de Brito celebrated his 50th aniversary of literary life publishing last year 9 books. He is a remarkable writer of haiku. Here one of them with our congratulations:

from song to song
I'm falling
into the pond of silence

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Outro êxtase... / Another ecstasy...

No hemisfério norte estamos em tempo procurar o fogo para enfrentar o frio. Um (uma ?) visitante deste blog deixou-nos um haiku a lembrar que o êxtase não é só das ondas mas também do fumo... Obrigado!


Flor na lareira
beleza que se apaga
fumo em êxtase.


In the North we are now looking for hearths to face the cold weather. A visitor of this blog left us a haiku reminding us that ecstasy is not only on the sea wave but also of the smoke. Thank you!


A flower in the hearth
Beauty that vanishes
Smoke in ecstasy.

domingo, 9 de dezembro de 2007

O certo do incerto /The uncertain certain

E a constância
de um bambú
batido pelo vento?

What about
The constancy of the bamboo
restless by the wind ?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Haiku

Entre nós há rios
pontes de palavras
e espelhos nas margens.

Between us
There are bridges made of words
and mirrors in the banks

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ainda a Natureza / Still Nature

Um visitante anónimo deixou neste blog um excelente haiku como comentário à entrada sobre a Natureza. Com a devida vénia aqui o dou a conhecer:

Natureza, ela
já é oração sem prece.
Para quê rezar?

An unkown visitor of this blog left as a comment about "Nature and Haiku" an excelent Haiku. Here it is:

Nature is already
a pray without words.
Why to pray?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Natureza como desafio / Nature as a Challange


O que é que pensamos sobre a Natureza? É a suprema sabedoria? É algo que temos de vencer para ser humanos? É perfeita? É inexorável? Que significa escrever poesia haiku tendo como referência a Natureza (ref: Gonçalo M Tavares "Aprender a rezar na era da Técnica")

What do we think about Nature? Is the supreme wisdom? Something we have to go behond? Is the Nature perfet? Implacable? What is the meaning of writing haiku poetry linked with Nature? (Ref: Gonçalo M Tavares "Learning to pray in the technological era")

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O haiku nosso de cada dia / The daily haiku

Pousado na areia
o búzio sonha com a mão
que há-de moldar

Laying on the sand
The conch dreams with the hand
that it will shape.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Romã de Jundiaí / Jundiaí pomegranate

Alimento de sonhos / Food for your dreams

Desde que este blog está disponível já várias pessoas me disseram que se sentiram estimuladas a escrever haiku. Que maravilha! Lembro as palavras da poetisa Natália Correia: "Oh subalimentados do sonho: a poesia é para comer!"

Since this blog is active, several visitors told me that after reading it, they felt encouraged to write haiku poetry. Wonderful! I quote the Portuguese poetess Natália Correia: "Oh you, undernourished of dreams: poetry is edible!"

sábado, 24 de novembro de 2007

Haiku

Tocou-me ao de leve
o teu halo sem corpo
como um beijo triste.


Your halo brush
against me without body
as a sad kiss.

Sombras de Outono / Autumn shadows

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A História repete-se /An historical remake

Em 1541 navios portugueses chegaram ao Japão (Tanegashima) protagonizando o primeiro encontro entre o povo japonês com os "bárbaros do sul" ("Namban" em japonês). 466 anos mais tarde, este blog fez o mesmo caminho e, pela mão generosa do poeta japonês Ban'ya Natsuishi, chegou ao site da Associação Mundial de Haiku (WHA). O endereço é o seguinte:

www.worldhaiku.net/whatsnew.htm


In 1541 Portuguese ships arrived in Japan (Tanegashima) originating the first meeting between the Japanese people with the "Southern forigners" ("Namban" in Japanese). 466 years later, this blog made a similar voyage and, by the generous influence of the Japanese poet Ban'ya Natsuishi, arrived to the site of the World Haiku Association (WHA). Here the address:

www.worldhaiku.net/whatsnew.htm

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Olhar o escondido

Um amigo que vistou este blog perguntou-me porque é que eu tinha publicado em 17 de Novembro uma fotografia de duas flores enlaçadas mas... desfocadas. "É assim mesmo" disse eu, e prossegui "O que está focado são as folhas que estão em baixo e que habitualemnte ninguém "vê". As flores tão centrais e centradas roubam a nossa atenção que podia ser distribuida por toda a fotografia. Esta imagem foi feita em homenagem às folhas verdes, sempre secundárias mas sempre tão essenciais. Talvez seja um espírito Haiku (whatever it means...).

terça-feira, 20 de novembro de 2007

domingo, 18 de novembro de 2007

English contributions welcome!

This blog welcomes English contributions about Haiku writting. If there is interest enough we can turn this blog into a bi-lingual blog!
Here a welcome haiku in English:


Through a thousand black eyes
the gentle olive tree gazes
at the passing storks.

sábado, 17 de novembro de 2007

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O perigo das explicações

Falar sobre uma poesia pode ser uma forma de a empoblecer. Enquanto ela estiver só ela, todas as interpretações. ligações, evoçações são possíveis. Quando o autor falar dela, ela perde este caleidoscópio de significados e começa a ser uma nota de rodapé na biografia do autor.
Falar sobre os Haiku? Das circunstâncias que os desencadearam? Dos estados de espírito em que foram feitos? Dos lugares a que se reportam? Nem pensar! "Em caso de dúvida... é preciso manter o charme..." Aqui segue mais um haiku no caminho das calçadas lisboetas:

Nas cidades
os estilhaços dos sonhos
caem nas calçadas.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A inauguração

Não se pode abrir um blog de haiku sem... um haiku. Por isso aí vai um feito há dois dias:

Pujante de vida
o choupo cresce para o sol
no cemitério.

Um pé adiante do outro

Caros visitantes:

Este blog destina-se primordialmente a juntar as pessoas que têm gosto por fazer ou por ler Haiku.
Em quase todos os países do mundo existem clubes, grémios, tertúlias, associações de pessoas que usam o haiku como forma de expressão.
Bom, eu sou uma destas pessoas. Fruto deste gosto pelo haiku, acabo de publicar na Editora ìndícios de Oiro um livro de poesia Haiku chamado "Estações Sentidas: 111 Hailu". Está à venda nas principais livrarias do país.
Vou publicar regularmente neste blog poemas haiku e acolher (este é o objectivo principal) as contribuições de quem se quiser juntar a este projecto.
Um abraço de boas vindas!