segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Gulbenkián

Sempre gostei de biografias. Conhecer as pessoas por detrás da sua obra, por detrás que aquilo que eles quiseram que ficasse público da sua acção. Na verdade, sempre me apaixonou o dilema "o homem é maior que a obra" ou "a obra é maior que o homem".
Vem isto a propósito da exposição "Memória do Sítio" que está Gulbenkián e que mostra a casa da Avenue Iéna e alguns detalhes da vida do celebrado colecionador. Uma das partes que mais me interessou foi a entrevista em video em que o neto de Gulbenkián falava do quotidiano da casa. Enfim, ouvimos algumas bizarrias sobre a extraordinára meticulosidade do seu avô e ainda medidas estranhas que salvaguardavam a valiosa coleção. Por exemplo: só cinco amigos da filha de Gulbenkián podiam - depois de cuidadosamente examinados - entrar em casa; os outros encontravam-se com a filha nos bancos da rua onde o mordomo lhes ia levar as bebidas...
Quantas perguntas... Mas só uma: que valor para ele tinham as pessoas comparadas com as peças da sua coleção? Será que alguém alguma vez olhou nos olhos do experiente arménio e lhe disse: "Gostava que me tratasse com uma das sua peças mais queridas: mas sou só uma pessoa".

uma flor
um desenho de uma flor:
qual levo?

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