sábado, 26 de dezembro de 2009

Ainda o valor (1)

Regresso ao valor... Este tema tem inúmeras pontas por onde pegar.
Uma outra é que para aquilatar o nosso valor ou o valor dos outros é essencial destrinçar o que é da natureza e o que é o trabalho. Esta polémica ainda está hoje viva, e nos EEUU foi chamada de "nature-nurture".
O valor da pessoa afinal onde está? No génio hereditário, no talento? Ou pelo contrário no esforço, na educação, no aprimoramento? Talvez cada um de nós tenha posturas bem diferentes sobre estes dois componentes do "valor": para uns vale o génio, a predestinação, a centelha de talento, o jeito. Para outros o valor reside no trabalho, na persistência, na aposta em se transcender pela determinação. Onde está o valor? Nos dois dirão os mais conciliadores...
Antero de Quental dizia que a prova final do nosso valor se vê depois da nosso morte. Permito-me discordar: quantas génios morreram no esquecimento e quantos "não-génios" em glória...
Quem reconhece? Eu acho que é mesmo a pessoa. Mesmo enganando-se, sub ou sobrevalorizando-se, é ao próprio criador que cabe a palavra mais isenta sobre a sua própria produção. Ele engana-se? Claro que sim. Mas os outros enganam-se também. E pelo menos há uma vantagem: quando alguém se engana sobre o seu próprio valor, só está a julgar o próprio valor, ao passo que quem se engana sobre o valor do outro engana-se certamente por motivos que não têm a ver com a análise objectiva do valor da obra.


o pinhão já sabe
o que o engenheiro
ainda vai aprenedr.

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