quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ver o mundo através de... To look at the world through...

Aprendi que na medicina tradicional chinesa o doente quando encontra o médico não aponta para o seu corpo mas para um boneco para lhe dizer onde se situam as suas queixas.
Lembrei-me disto a propósito do haiku. No haiku reforça-se a sugestão em lugar da descrição. O poeta de haiku usa a Natureza tal como o doente usa o boneco: para falar de si, para desenhar uma distância que o impeça de se confrontar com as suas emoções num estado mais primitivo. Falo de mim através da Natureza e ao falar dela, a minha dor, o meu amor, a minha alegria ou tristeza já vão embrulhadas numa representação que (quem sabe...) melhor me ajudará a lidar com elas...

neste caminho
ladeado de árvores mortas
tanta gente apressada.


I learned that, in the Chinese traditional medicine, the patient never points to his/her body: shows the doctor the simptoms pointing to a puppet. I remembered this about haiku. When one writes an haiku we use Nature as a intermediate to speak about ourselves, like the Chinese patients use the puppet. Using a intermetiate, the joy, the pain, the sorrow and the hapiness, appear already elaborated. And through such an image(maybe...) will be easier to live those emotions and feelings.

on this road
flanked by dead trees
so many people in a hurry.

2 comentários:

Daterra disse...

sim, concordo também...

quanto mais não seja comunicamos a nós mesmos, tentando tornar mais claro o sentir.

estou cert que por vezes serão os leitores a melhor compreender esses sentimentos.

abraço

Anónimo disse...

a pressa a passar ao lado da agonia