Não adianta sublinhar a grande admiração que tenho pela postura humana, crítica e académica de Yvette Centeno. Yvette é uma daquelas pessoas de quem sempre se espera o melhor e que sempre nos surpreende porque é melhor do que o que nós esperávamos.
No seu blog (literaturaearte) publicou em Novembro de 2010 (faz agora 6 meses) um texto sobre o livro "De Frente para o Mar" que eu organizei e que Yvette honrou com a sua participação. E aqui fica o texto (Obrigado, Yvette!)
Este livro, concebido e coordenado pelo poeta e orientalista David Rodrigues, com o belo título que nos faz olhar de frente para o mar, seja na vaga inquieta da emoção ou num embalar mais suave de alma, é a minha escolha de momento.
Precisamos da meditação que a arte do Haiku japonês nos ensina : olhar atento, distância, aprofundamento, na era de vertigem que é a nossa.
Encontro, junto de David, amigos de outrora e de sempre.
Também o reencontro é algo de benéfico: fala da vida continuada.
Abrir o livro e ler, em páginas de acaso, permite descobrir como a escolha foi cuidadosa, como a unidade é íntima, é perfeita, em todos os elementos.
Uma tal sensibilidade e elegância merece, da nossa parte, o destaque e a gratidão.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Palmas
Palmas: o sonho dos artistas. O sonho de todos os que gostariam que o seu trabalho fosse reconhecido. Trabalhar só para as palmas é uma preversão, encher-nos com uma salva delas, é uma recompensa.
"Ele há tantas palmas": palmas jovens, estaladas, frequentes e ávidas. Há outras maturas, sapudas, esparsas e algo distantes. Umas e outras sabem bem a quem sabe que as palmas mais verdadeiras são aquelas que irrompem na nossa cabeça quando sentimos que fazemos algo de bem ou de bom. O resto é "a espuma dos dias"...
acabou a música
voaram os pombos
o cego agradeceu.
"Ele há tantas palmas": palmas jovens, estaladas, frequentes e ávidas. Há outras maturas, sapudas, esparsas e algo distantes. Umas e outras sabem bem a quem sabe que as palmas mais verdadeiras são aquelas que irrompem na nossa cabeça quando sentimos que fazemos algo de bem ou de bom. O resto é "a espuma dos dias"...
acabou a música
voaram os pombos
o cego agradeceu.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Sol e sombra.
teu corpo de sol:
tudo gira à tua volta
à sombra do plátano.
your sunny body:
everything turns around you
at the plane tree shadow.
debaixo da torneira
a relva é mais viçosa -
tardinha de verão.
under the tap
the grass is more green -
Summer afternoon.
tudo gira à tua volta
à sombra do plátano.
your sunny body:
everything turns around you
at the plane tree shadow.
debaixo da torneira
a relva é mais viçosa -
tardinha de verão.
under the tap
the grass is more green -
Summer afternoon.
sábado, 21 de maio de 2011
Tá na hora do Jacarandá!
Todos os maios, pontualmente, Lisboa fica roxa de flores do jacarandá. Avenidas inteiras, grupos de três ou quatro, árvores a assumar a rua, eles lá estão. Pontuais, fieis, esperençados na regularidade e embaixadores da beleza. Não há elo mais espalhado que ligue Lisboa, a cidade das descobertas ao Brasil o país das descobertas...
manhã de Maio -
o carro está coberto
de flores de jacarandá.
manhã de Maio -
o carro está coberto
de flores de jacarandá.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Haikus Brancos
a flor branca
só depois da noite
sabe a cor que tem.
na espuma da praia
por baixo no branco
todo o arco íris.
um ponto na folha branca -
não consigo
ver mais nada.
vi no catálogo
quantos brancos
tem a tua pele.
só depois da noite
sabe a cor que tem.
na espuma da praia
por baixo no branco
todo o arco íris.
um ponto na folha branca -
não consigo
ver mais nada.
vi no catálogo
quantos brancos
tem a tua pele.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Trovoadas
sobre a pele húmida
as primeiras gotas -
eu e céu aliviados.
as árvores paradas -
sob o céu de chumbo
esperamos a chuva.
á chuva
parte as protecções do trovões
depois, soam soltos.
começa ao longe
como um restolho -
a labareda é aqui.
abre as fontes
e grita por mim:
oh trovoada!
as primeiras gotas -
eu e céu aliviados.
as árvores paradas -
sob o céu de chumbo
esperamos a chuva.
á chuva
parte as protecções do trovões
depois, soam soltos.
começa ao longe
como um restolho -
a labareda é aqui.
abre as fontes
e grita por mim:
oh trovoada!
sábado, 14 de maio de 2011
Monica Martinez
Monica Martinez, haijin brasileira de mérito, autora do blog espacodohaicai.blogspot.com (a visitar!) escreveu o seguinte sobre o livro "De Frente para o Mar":
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Livro traz haicais de Portugal
Ao abrir a caixa de correspondências hoje tive uma surpresa: um envelope A5 vindo de Portugal. Nele, o livro De Frente para o Mar – poesia haiku contemporânea, organizado pelo professor universitário, músico e poeta David Rodrigues, de Lisboa, e lançado pelo selo Palimage, de Coimbra.
A capa elegante, vermelho sobre negro, chama a atenção. Na hora do almoço, li o conteúdo do princípio ao fim. Descobrir o haicai feito hoje em Portugal é uma experiência encantadora.
Ela me lembrou da vez que fui participar de um congresso na Ilha da Madeira. Além da paisagem exuberante, recordo-me da sensação muito peculiar de se visitar um país do mesmo idioma. Há uma familiaridade gostosa, afinal várias palavras e hábitos são os mesmos. Vários, mas não todos. Assim, ocorre uma sensação de se estar em casa e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, de se estar em uma deliciosa viagem. Qual o sentido da palavra nortada? E da expressão rasa à água? Algo como expresso pelo filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamim (1892-1940) quando ele fala das duas famílias de narradores, representadas pelo camponês sedentário e pelo marinheiro comerciante.
Em pouco tempo, percebi que a emoção foi mais forte que a razão. Não importava desconhecer o significado desta ou daquela palavra. A experiência poética ultrapassava estes limites da linguagem e as imagens puras e cristalinas que haviam impressionado os dez autores desta antologia atravessavam o mar e me atingiam em cheio.
Tomo a liberdade de compartilhar uns poucos haicais da coletânia. Alguns são próximos dos haicais puristas japoneses, a moda de Bashô, como praticamos no Grêmio Haicai Ipê de São Paulo, com sua métrica precisa:
A escarpa agreste –
Malmequeres amarelos
Respirando o mar
Leonilda Alfarrobinha
pôr-do-sol no mar!
Só o olhar fica para cá
Do horizonte.
David Rodrigues
Anoitecer de Setembro:
Um casal abraçado
Na varanda
Yvete Centeno
Outros, libertos da métrica, flutuam como o do poeta Albano Martins, professor da Universidade Fernando Pessoa, do Porto:
Diz o vento
Ao mar: sem mim,
não podes voar.
Ao terminar a leitura, fica o deslumbramento pela produção destes poetas portugueses que buscam a difícil arte de forjar em palavras o essencial, como pedem os haicais.
Por fim, lembrei-me que Benjamim falava que o sistema corporativo medieval contribuiu para a interpenetração das duas famílias narrativas, uma vez que o mestre sedentário e os aprendizes migrantes trabalhavam juntos na mesma oficina. Para o alemão, haviam sido os mestres artífices que haviam aperfeiçoado a arte da escrita. Fiquei a imaginar como seria uma mistura de haiku brasileiro e português contemporâneo, dos haikais de lá com os haicais de cá. Mas isto é conversa para outra hora, que agora vou reler este livro com a merecida calma, pois vale muito a pena!
Monica Martinez
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Livro traz haicais de Portugal
Ao abrir a caixa de correspondências hoje tive uma surpresa: um envelope A5 vindo de Portugal. Nele, o livro De Frente para o Mar – poesia haiku contemporânea, organizado pelo professor universitário, músico e poeta David Rodrigues, de Lisboa, e lançado pelo selo Palimage, de Coimbra.
A capa elegante, vermelho sobre negro, chama a atenção. Na hora do almoço, li o conteúdo do princípio ao fim. Descobrir o haicai feito hoje em Portugal é uma experiência encantadora.
Ela me lembrou da vez que fui participar de um congresso na Ilha da Madeira. Além da paisagem exuberante, recordo-me da sensação muito peculiar de se visitar um país do mesmo idioma. Há uma familiaridade gostosa, afinal várias palavras e hábitos são os mesmos. Vários, mas não todos. Assim, ocorre uma sensação de se estar em casa e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, de se estar em uma deliciosa viagem. Qual o sentido da palavra nortada? E da expressão rasa à água? Algo como expresso pelo filósofo e crítico literário alemão Walter Benjamim (1892-1940) quando ele fala das duas famílias de narradores, representadas pelo camponês sedentário e pelo marinheiro comerciante.
Em pouco tempo, percebi que a emoção foi mais forte que a razão. Não importava desconhecer o significado desta ou daquela palavra. A experiência poética ultrapassava estes limites da linguagem e as imagens puras e cristalinas que haviam impressionado os dez autores desta antologia atravessavam o mar e me atingiam em cheio.
Tomo a liberdade de compartilhar uns poucos haicais da coletânia. Alguns são próximos dos haicais puristas japoneses, a moda de Bashô, como praticamos no Grêmio Haicai Ipê de São Paulo, com sua métrica precisa:
A escarpa agreste –
Malmequeres amarelos
Respirando o mar
Leonilda Alfarrobinha
pôr-do-sol no mar!
Só o olhar fica para cá
Do horizonte.
David Rodrigues
Anoitecer de Setembro:
Um casal abraçado
Na varanda
Yvete Centeno
Outros, libertos da métrica, flutuam como o do poeta Albano Martins, professor da Universidade Fernando Pessoa, do Porto:
Diz o vento
Ao mar: sem mim,
não podes voar.
Ao terminar a leitura, fica o deslumbramento pela produção destes poetas portugueses que buscam a difícil arte de forjar em palavras o essencial, como pedem os haicais.
Por fim, lembrei-me que Benjamim falava que o sistema corporativo medieval contribuiu para a interpenetração das duas famílias narrativas, uma vez que o mestre sedentário e os aprendizes migrantes trabalhavam juntos na mesma oficina. Para o alemão, haviam sido os mestres artífices que haviam aperfeiçoado a arte da escrita. Fiquei a imaginar como seria uma mistura de haiku brasileiro e português contemporâneo, dos haikais de lá com os haicais de cá. Mas isto é conversa para outra hora, que agora vou reler este livro com a merecida calma, pois vale muito a pena!
Monica Martinez
sexta-feira, 13 de maio de 2011
World Anthology About War
O poeta Dimitar Anakiev da Eslovénia está a organizar uma antologia mundial de poesia Haiku sobre a guerra. Convidou-me para participar e eu mandei-lhe alguns poemas do meu livro "Gaza" que vão integrar a antologia. Quando ela vir a luz do dia, dou aqui a informação.
E fica aqui um destes haiku:
previsão do tempo -
alguém sabe o futuro
em Gaza.
E fica aqui um destes haiku:
previsão do tempo -
alguém sabe o futuro
em Gaza.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
O raio dos hábitos
"Raio dos hábitos" é como poderíamos traduzir em linguagem popular o conceito sociológico de "naturalização". "Naturalização" quer dizer em duas palavras que nós. pelo hábito, assumimos como naturais coisas que, se pensarmos bem nelas, são profundamente absurdas.
Ontem tive o exemplo da validade das certidões. Todas as certidões que se pedem têm uma validade (normalmente de 3 ou 6 meses). Isto é normal e natural para nós mas ficam três perguntas:
Uma certdão de nascimento caducada quer dizer que o indivíduo regressou ao ventre da mãe?
Uma certidão de casamento caducada significa que o indivíduo ficou solteiro (ou divorciado ou viúvo)?
Uma certidãode óbito caducada quer dizer que o indivíduo ressuscitou?
A viver assim na companhia de absurdos como é que nós podemos ser melhores do que o que somos?
Ontem tive o exemplo da validade das certidões. Todas as certidões que se pedem têm uma validade (normalmente de 3 ou 6 meses). Isto é normal e natural para nós mas ficam três perguntas:
Uma certdão de nascimento caducada quer dizer que o indivíduo regressou ao ventre da mãe?
Uma certidão de casamento caducada significa que o indivíduo ficou solteiro (ou divorciado ou viúvo)?
Uma certidãode óbito caducada quer dizer que o indivíduo ressuscitou?
A viver assim na companhia de absurdos como é que nós podemos ser melhores do que o que somos?
segunda-feira, 9 de maio de 2011
3 ideias sobre livros
Tanto se escreve nos livros e sobre os livros que estas 3 ideais correm o mais que previsto risco de serem banais. Mesmo assim...
1. Um livro, seja qual for, vive para quem o lê. Sem leitores o livro não é mais um maço de folhas de função desconhedida. O livro é um objecto intrinsecamente incompleto. Recentemente visitei nos Açores um "outlet" de livros. Foi uma visita muito perturbadora: num armazém estavam milhares, muitos milhares, de livros a que vulgarmente se chama "monos". Livros novos, lindos, bem encadernados e com um design atraente: mas nunca abertos. Podem crer que fiquei verdadeiramente triste.
2. Mesmo quando vive o livro é intrinsecamente efémero. Ao ler o leitor salta páginas, parágrafos e às vezes capítulos. Mas este livro adquire no final o estatuto de "lido". Quantas vezes relemos um livro já "lido"?
3. Apesar de incompleto e de efémero o livro é um poder. É o poder de saber o que ele diz, o poder de o ter (e poder vir a saber mais tarde) o poder de guardar e ter o conhecimento que ele tem.
castanheiro em flor -
quantos livros
estão em ti?
tento adivinhar
o que vai ficar escrito
no tronco do eucalipto.
1. Um livro, seja qual for, vive para quem o lê. Sem leitores o livro não é mais um maço de folhas de função desconhedida. O livro é um objecto intrinsecamente incompleto. Recentemente visitei nos Açores um "outlet" de livros. Foi uma visita muito perturbadora: num armazém estavam milhares, muitos milhares, de livros a que vulgarmente se chama "monos". Livros novos, lindos, bem encadernados e com um design atraente: mas nunca abertos. Podem crer que fiquei verdadeiramente triste.
2. Mesmo quando vive o livro é intrinsecamente efémero. Ao ler o leitor salta páginas, parágrafos e às vezes capítulos. Mas este livro adquire no final o estatuto de "lido". Quantas vezes relemos um livro já "lido"?
3. Apesar de incompleto e de efémero o livro é um poder. É o poder de saber o que ele diz, o poder de o ter (e poder vir a saber mais tarde) o poder de guardar e ter o conhecimento que ele tem.
castanheiro em flor -
quantos livros
estão em ti?
tento adivinhar
o que vai ficar escrito
no tronco do eucalipto.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Os nós e os laços
É este o belíssimo título do romance de António Alçada Batista. Um título tão inspirados que continua a ser usado quando se pretende falar de afectos.
Aqui fica mais uma variação:
Nós somos os nós e os laços
Temos laços e temos nós.
Os nós são caroços de afecto,
o amor em grumos que não se dissolveu.
os laços são os nós do querer
os que se dão por vontade
e que enlaçam.
Quando entardece
passamos os dedos pelos nós
e perdemo-nos no olhar
a fazer e a desfazer laços.
Laços provisórios
que ficam ou de partem.
Mas são eles, os frágeis
que mais resistem e mais amparam.
É que a esperança dos nós
resume-se à lâmina.
Aqui fica mais uma variação:
Nós somos os nós e os laços
Temos laços e temos nós.
Os nós são caroços de afecto,
o amor em grumos que não se dissolveu.
os laços são os nós do querer
os que se dão por vontade
e que enlaçam.
Quando entardece
passamos os dedos pelos nós
e perdemo-nos no olhar
a fazer e a desfazer laços.
Laços provisórios
que ficam ou de partem.
Mas são eles, os frágeis
que mais resistem e mais amparam.
É que a esperança dos nós
resume-se à lâmina.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Computhaiku
Já sei que este blog se publica em português. Mas não resisti a publicar esta notícia saída no jornal inglês "The Independent". Não resisti e tive perguiça de a traduzir.
Mas vale a pena let e visitar o site. Basho deve levantar suavemente a sobrancelha ao ouvir que os computadores já nos podem ajudar a escrever um haiku!!!
Web-only Haiku Laureate
By Matilda Battersby
Arts
Tuesday, 3 August 2010 at 5:31 pm
Haiku is a form of Japanese poetry consisting of 17 syllables (or moras) in three lines of 5,7 and 5. Poetry lovers reading this will no doubt conjure quotes from Bashō and enjoy quibbling as to whether “syllable” in English is the correct translation of an “on.”
But now there is plenty more to be quibbled with from a website calling itself the Haiku Laureate which generates the strictly formatted verse via internet algorithms and not through inspiration of truth or beauty.
The site’s concept is this: users can type the name of a place or an address into a text box, click “go” and a perfectly formed Haiku will be delivered after the system has used Flickr to find images near that location and skimmed through the titles of those images to form a list of words associated with it.
I typed in High Street Kensington, where The Independent’s offices are located and this is what it came up with:
kensington the street
high london of gardens roof
whisper and no church
Apart from the fact that there are several churches on High Street Kensington the poem is pretty evocative. And the reference to “gardens roof” has more to do with the posh members club than any actual gardens on roofs in the vicinity.
I typed in “Outer Hebrides” in an attempt to confuse the Haiku laureate, and within seconds it produced:
the lewis sunrise
and snow mountains majestic
of harris cairn wire
Poets beware.
Mas vale a pena let e visitar o site. Basho deve levantar suavemente a sobrancelha ao ouvir que os computadores já nos podem ajudar a escrever um haiku!!!
Web-only Haiku Laureate
By Matilda Battersby
Arts
Tuesday, 3 August 2010 at 5:31 pm
Haiku is a form of Japanese poetry consisting of 17 syllables (or moras) in three lines of 5,7 and 5. Poetry lovers reading this will no doubt conjure quotes from Bashō and enjoy quibbling as to whether “syllable” in English is the correct translation of an “on.”
But now there is plenty more to be quibbled with from a website calling itself the Haiku Laureate which generates the strictly formatted verse via internet algorithms and not through inspiration of truth or beauty.
The site’s concept is this: users can type the name of a place or an address into a text box, click “go” and a perfectly formed Haiku will be delivered after the system has used Flickr to find images near that location and skimmed through the titles of those images to form a list of words associated with it.
I typed in High Street Kensington, where The Independent’s offices are located and this is what it came up with:
kensington the street
high london of gardens roof
whisper and no church
Apart from the fact that there are several churches on High Street Kensington the poem is pretty evocative. And the reference to “gardens roof” has more to do with the posh members club than any actual gardens on roofs in the vicinity.
I typed in “Outer Hebrides” in an attempt to confuse the Haiku laureate, and within seconds it produced:
the lewis sunrise
and snow mountains majestic
of harris cairn wire
Poets beware.
domingo, 1 de maio de 2011
CC Zero
Parece ser do senso comum que se vende um produto por aquilo que ele tem ou que faz. Digo "parece" porque as preocupações ambientais e de saúde começam a deixar de publicitar artigos "com" e começam a anunciar artigos "sem" (sem corantes, sem sulfitos, sem açucar, sem..., sem...,)
Mas agora atingiu-se um novo paramar: ia comprar um refrigerante que se chamava "zero"! E zero porquê? Porque não tinha açucar, não tinha cafeina, enfim não tinha nada o que tinha tornado conhecido esse refrigerante. E custava um euro e 35 cêntimos. Eu pensei "Vou pagar este dinheiro por um artigo que se anuncia a si próprio como um zero?".
Passada a primeira decepção lá me dirigi à caixa do supermercado com dois zeros debaixo do braço...
ar da montanha -
o que não vem no programa
é o melhor.
Mas agora atingiu-se um novo paramar: ia comprar um refrigerante que se chamava "zero"! E zero porquê? Porque não tinha açucar, não tinha cafeina, enfim não tinha nada o que tinha tornado conhecido esse refrigerante. E custava um euro e 35 cêntimos. Eu pensei "Vou pagar este dinheiro por um artigo que se anuncia a si próprio como um zero?".
Passada a primeira decepção lá me dirigi à caixa do supermercado com dois zeros debaixo do braço...
ar da montanha -
o que não vem no programa
é o melhor.
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