O carácter espentâneo do haiku verifica-se quando se capta o indizível discernimento sobre "aquele" momento. Depois desta captação, traduzir o que se intuiu para palavras, não tem muito de espontâneo: na minha opinião é um trabalho de relojoeiro (do tempo em que os relojoeiros não só vendiam relógios mas que os sabiam reparar). Por vezes transportamos connosco uma ideia que pode ser um haiku durante muito tempo. Mesmo depois de o escrever, ficamos em dúvida. Eu fico sempre em dúvida mesmo depois de ter escrito a décima versão...
Aqui fica uma segunda versão de um dos haiku de ontem. Que se ganhou? Talvez um ambiente mais perguiçoso e de crepúsculo, talvez uma maior sensualidade, talvez uma indeterminação que pode estimular o pensamento do leitor (os dedos são de quem?)
Aqui fica:
tarda a noite -
os dedos lentos
à volta do copo.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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