a missão não é alta:
é baixa.
É uma submissão
com a submissão
desperdiçam-se duas vidas:
a do submissor e a do submetido.
é esta a vã glória da submissor:
- Não havemos de viver
enquanto eu quiser!
sub metidos nesta teia
a espera do click - só um click -
que solte a dança.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Água
Eu sei que o blog é sobre poesia. Mas...e a falta dramática de água que se verifica em Portugal à estrada de Março?
Entre o momento que ligo a água quente para tomar duche e o momento em que a água está suficientemente quente, caem 8 litros de água. Quer dizer 56 litros por semana, 392 por mês, 4.704 litros por ano. Isto só para um duche.
Ontem comprei um balde que recolhe esta água que ia "cano baixo" sem utilidade. Usu-a na sanita em lugar da água do autoclismo.
Ah, o balde custou 2 euros.
só há crepúsculo
para quem fica aqui.
Ou ali.
Entre o momento que ligo a água quente para tomar duche e o momento em que a água está suficientemente quente, caem 8 litros de água. Quer dizer 56 litros por semana, 392 por mês, 4.704 litros por ano. Isto só para um duche.
Ontem comprei um balde que recolhe esta água que ia "cano baixo" sem utilidade. Usu-a na sanita em lugar da água do autoclismo.
Ah, o balde custou 2 euros.
só há crepúsculo
para quem fica aqui.
Ou ali.
World Haiku 2012
Acaba de ser publicado o livro "World Haiku 2012".
Mais informações em:
http://www.cyberwit.net/publications/370
Mais informações em:
http://www.cyberwit.net/publications/370
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Sísifo
enorme e negro
o combóio
como sempre parece ter estado,
imóvel.
quem se interessa,
quem precisa,
quem é tão louco,
que pense que o pode mover?
e, no entanto,
fazem fila os que o querem empurrar
e, uns sós, outros em grupo,
tentam essa desiludida missão.
e de longe a longe,
muito de longe a longe,
as enormes rodas de aço
estremeçem nos carris enferrujados.
tanta é a enrgia para o mover
que nunca se pergunta
o que ou quem leva o combóio
para onde é o seu destino.
o que é preciso ´é empurrar
não que o combóio se mova.
e se mover...
- Quem é que construiu a linha?
o combóio
como sempre parece ter estado,
imóvel.
quem se interessa,
quem precisa,
quem é tão louco,
que pense que o pode mover?
e, no entanto,
fazem fila os que o querem empurrar
e, uns sós, outros em grupo,
tentam essa desiludida missão.
e de longe a longe,
muito de longe a longe,
as enormes rodas de aço
estremeçem nos carris enferrujados.
tanta é a enrgia para o mover
que nunca se pergunta
o que ou quem leva o combóio
para onde é o seu destino.
o que é preciso ´é empurrar
não que o combóio se mova.
e se mover...
- Quem é que construiu a linha?
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Dois workshops
Este é um post informativo ( e convidativo, of course...)
No dia 29 de Fevereiro vou fazer um workshop de poesia Haiku para alunas do 12º ano no Instituto de Odivelas. Já o ano passado lá estive e com muito gosto e bons resultados.
Este workshop é restrito mas, para as pessoas que gostassem de fazer uma oficina deste tipo deixo outra sugestão:
MUSEU do ORIENTE
O próximo workshop, HAIKU - UM GÉNERO POÉTICO JAPONÊS, terá lugar nos dias 20 e 27 Abril de Abril (sexta-feira) das 15.00 às 17.00
Formadora: Leonilda Alfarrobinha
Público-alvo: Adultos
Preço: € 15,00/duas sessões
Participantes: Mín.10
Uma das mais belas manifestações da cultura japonesa é a poesia, nomeadamente o género poético designado haiku ou haikai. O seu poder e encanto residem, em grande parte, na habilidade do poeta em transmitir a essência de algo num pequeno número de versos. O haiku é delicado e poderoso, preciso e fluido, concreto e vago. Apesar da concisão, abre-se um leque de sugestões e as palavras criam uma subtil ressonância em quem as lê. O haiku é um reflexo do mundo e da vida. Resulta de uma atenção emocional aos acontecimentos do quotidiano e, principalmente, aos fenómenos da Natureza. Este género poético é praticado, actualmente, por milhões de pessoas no Japão e por muitas outras em vários países do mundo.
Ficha de inscrição em : http://www.museudooriente.pt/1417/haiku---um-genero-poetico-japones--.htm
No dia 29 de Fevereiro vou fazer um workshop de poesia Haiku para alunas do 12º ano no Instituto de Odivelas. Já o ano passado lá estive e com muito gosto e bons resultados.
Este workshop é restrito mas, para as pessoas que gostassem de fazer uma oficina deste tipo deixo outra sugestão:
MUSEU do ORIENTE
O próximo workshop, HAIKU - UM GÉNERO POÉTICO JAPONÊS, terá lugar nos dias 20 e 27 Abril de Abril (sexta-feira) das 15.00 às 17.00
Formadora: Leonilda Alfarrobinha
Público-alvo: Adultos
Preço: € 15,00/duas sessões
Participantes: Mín.10
Uma das mais belas manifestações da cultura japonesa é a poesia, nomeadamente o género poético designado haiku ou haikai. O seu poder e encanto residem, em grande parte, na habilidade do poeta em transmitir a essência de algo num pequeno número de versos. O haiku é delicado e poderoso, preciso e fluido, concreto e vago. Apesar da concisão, abre-se um leque de sugestões e as palavras criam uma subtil ressonância em quem as lê. O haiku é um reflexo do mundo e da vida. Resulta de uma atenção emocional aos acontecimentos do quotidiano e, principalmente, aos fenómenos da Natureza. Este género poético é praticado, actualmente, por milhões de pessoas no Japão e por muitas outras em vários países do mundo.
Ficha de inscrição em : http://www.museudooriente.pt/1417/haiku---um-genero-poetico-japones--.htm
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Gaivota
De cima abaixo
a sombra de uma gaivota
risca o prédio.
ou
tardinha de inverno -
a sombra de uma gaivota
risca um prédio.
a sombra de uma gaivota
risca o prédio.
ou
tardinha de inverno -
a sombra de uma gaivota
risca um prédio.
Sabe(o)res
ao sol de inverno
só o amanhã é escuro -
hoje o ar é leve.
este inverno -
uma primavera sem flores
nem borboletas.
só uma pétala -
assim mesmo, a camélia
com toda a nobreza.
à desfilada
um cão pela praia deserta
e o dono: Já! Aqui!
lá longe
correm ondas sobre a água:
o mar acaricia-se.
só o amanhã é escuro -
hoje o ar é leve.
este inverno -
uma primavera sem flores
nem borboletas.
só uma pétala -
assim mesmo, a camélia
com toda a nobreza.
à desfilada
um cão pela praia deserta
e o dono: Já! Aqui!
lá longe
correm ondas sobre a água:
o mar acaricia-se.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
O ninho da garça . sempre
The heron's Nest e os melhores haiku deste ano!:
FAVORITE POEMS
Grand Prize: POEM OF THE YEAR (13 nominations, totaling 89 points)
a deceased friend
taps me on the shoulder -
plum blossoms falling
- Chen-ou Liu (June Issue)
First Runner-up: (12 nominations, totaling 84 points)
migrating geese -
the things we thought we needed
darken the garage
- Chad Lee Robinson (March issue)
Second Runner-up: (10 nominations, totaling 83 points)
how to dress her
for eternity -
blossom rain
- Carolyn Hall (March issue)
Third Runner-up: (11 nominations, totaling 67 points)
shanty town -
the jagged edges
of moonlight
- Sanjukta Asopa (September issue)
FAVORITE POEMS
Grand Prize: POEM OF THE YEAR (13 nominations, totaling 89 points)
a deceased friend
taps me on the shoulder -
plum blossoms falling
- Chen-ou Liu (June Issue)
First Runner-up: (12 nominations, totaling 84 points)
migrating geese -
the things we thought we needed
darken the garage
- Chad Lee Robinson (March issue)
Second Runner-up: (10 nominations, totaling 83 points)
how to dress her
for eternity -
blossom rain
- Carolyn Hall (March issue)
Third Runner-up: (11 nominations, totaling 67 points)
shanty town -
the jagged edges
of moonlight
- Sanjukta Asopa (September issue)
Construir e optar
Quando falamos de desenvolvimento da pessoas, queremos também dizer que os filhos alargam os horizontes dos pais. Os ambientes opressivos e de mediocridade enfatuada paracem morrer com os "velhos" e ser vencidos pelos "novos". Parecem...
"Oh tradição! Quantos crimes se cometeram em teu nome!?"
E mesmo aqueles que sofreram as arbitrariedades, sentem - mesmo sendo elas absurdas - que passar por elas é um tirocínio essencial. E assim se alimentam valores e práticas vergonhosas.
a mim?
Não admito!
Um pobre homem.
"Oh tradição! Quantos crimes se cometeram em teu nome!?"
E mesmo aqueles que sofreram as arbitrariedades, sentem - mesmo sendo elas absurdas - que passar por elas é um tirocínio essencial. E assim se alimentam valores e práticas vergonhosas.
a mim?
Não admito!
Um pobre homem.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Tempo
Subiram para a cara
as rugas
das impressões digitais,
O tempo que estava adiante
saltou por cima
e ficou lá atrás,
a gordura do bife
migrou do prato
para o abdomen.
Oxalá que o mundo
as ideias e os sonhos
ainda estejam lá, à frente.
.
as rugas
das impressões digitais,
O tempo que estava adiante
saltou por cima
e ficou lá atrás,
a gordura do bife
migrou do prato
para o abdomen.
Oxalá que o mundo
as ideias e os sonhos
ainda estejam lá, à frente.
.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Fevereiro 2012
Setenta e quatro
quinze e meio por cento
menos treze e meio
quase metade
passou do dobro
dezassete vírgula três
foram quase mil milhões
dez cêntimos a mais
setecentos e vinte euros a menos
trinta e cinco cêntimos por quilómetro
e vinte e três do IVA
dá vinte e dois euros a cada um
vinte e dois por cento da população
os números falam por si
eu falo por mim.
quando vão eles falar por mim?
e deixar-nos fora de si?
quinze e meio por cento
menos treze e meio
quase metade
passou do dobro
dezassete vírgula três
foram quase mil milhões
dez cêntimos a mais
setecentos e vinte euros a menos
trinta e cinco cêntimos por quilómetro
e vinte e três do IVA
dá vinte e dois euros a cada um
vinte e dois por cento da população
os números falam por si
eu falo por mim.
quando vão eles falar por mim?
e deixar-nos fora de si?
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Brownies
nos teus olhos
boiam prazeres longuínquos
que só ao teu corpo sabem.
na fresta das pálpebras
escancaram-se segredos
que eu só adivinho.
inquietas, as pupilas,
iludem na sua paz
elas, que já viram todas as guerras.
boiam prazeres longuínquos
que só ao teu corpo sabem.
na fresta das pálpebras
escancaram-se segredos
que eu só adivinho.
inquietas, as pupilas,
iludem na sua paz
elas, que já viram todas as guerras.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Doença de Futuro
A doença do futuro
queima a boca com café quente
e dá escaras no assento
de tanto esperar pela gente.
A doença do futuro
dá pressa de chegar "lá"
mas o lá vai sempre andando,
o lá nunca chega cá.
A doença do futuro
dá cegueira do presente
vê por defeito o passado:
só vê o que está à frente.
A doença do futuro
é de natureza mortal:
passado de vez o passado
só o presente é real.
R a moralidade:
Quem quizer fugir ao fim
não corra para o futuro
finque os pés no presente
inteiro, puro e duro.
queima a boca com café quente
e dá escaras no assento
de tanto esperar pela gente.
A doença do futuro
dá pressa de chegar "lá"
mas o lá vai sempre andando,
o lá nunca chega cá.
A doença do futuro
dá cegueira do presente
vê por defeito o passado:
só vê o que está à frente.
A doença do futuro
é de natureza mortal:
passado de vez o passado
só o presente é real.
R a moralidade:
Quem quizer fugir ao fim
não corra para o futuro
finque os pés no presente
inteiro, puro e duro.
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