era uma pedra com o tamanho formidável um monolito enorme como um gigantesco iceberg pousado numa imensa e deserta planície a pedra estava abraçada por uma teia de cabos de aço que partiam em todas as direcções do horizonte fiquei a olhar sem entender para este cenário esmagador e desolado de repente senti a presença de outra pessoa e quando me voltei vi uma criança que não teria mais de sete anos parecia um rapaz e estava vestido com uma túnica azul cobalto logo entendi que ele sabia o que era "aquilo" e perguntei sabes-me dizer o que é esta pedra e porque é que estão todas estas cordas amarradas a ela sem se saber onde terminam não é nada complicado disse ele com um sorriso os cabos vão para todo o mundo e estão sempre a ser puxadas por todas as forças que em cada lugar se encontrem: homens , mulheres, animais, máquinas toda a gente quer mover a pedra toda a gente pensa que pode mover a pedra na sua direcção mas como todos puxam muito e incessantemente anulam-se e a pedra quase nunca se move só às vezes quando todo um conjunto de cabos relaxa o se consegue um estremecimento da pedra o meu avô disse-me que numa noite de lua cheia já a viu mover-se cinco metros mas isso foi há muito tempo eu só ouço o ranger só vejo a tensão inútil destes milhares de cabos se as pessoas que os puxam ao menos vissem a pedra se eles ao menos pudessem falar uns com os outros se ao menos eles olhassem a lua quando ela está cheia
a última folha
caiu de árvore -
ventinho de nada
quinta-feira, 30 de julho de 2009
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1 comentário:
um estertorzinho...
flash entre brando e natural - ou os dois...
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