segunda-feira, 30 de abril de 2012
Pensei plagiar-me
Pensei plagiar-me:
as ideias estão ralas
e forma pesada
como um cobertor molhado.
!Aquela ideia nem estava má..
E se eu voltasse a ela..."
há sempre algo de novo
nos passeios pulidos pelos passos.
Pensei em plagiar-me
mas só pensei... logo a seguir
deu-me uma pena imensa
das coisas que nunca falei.
E fiquei com pena
não porque o meu falar as enriqueça
mas porque ignorá-las
é uma pequena morte numa pequena vida.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Não há metáfora mais usada para falar da vida do que falar de uma viagem. E quem faz connosco esta viagem? É raríssimo que seja(m) a(s) mesma(s) pessoa(s). Há pessoas que caminham mais ou menos tempo connosco. Depois o seu destino diverge do nosso, o seu passo é mais rápido ou mais lento do que aquele com queremos fazer o caminho. E assim encontramos pessoas que só ao de leve partilham a nossa jornada e outras - normalmente a família e "aqueles" amigos - com quem nós caminhamos muito tempo juntos. às vezes temos até a ideia que caminhamos sozinhos e outras vezes queríamos caminhar sozinhos mas não é possível... É assim que o caminho se faz... ombro a ombro mais ou menos tempo com muita gente com quem sentimos que os nossos passos podem caminhar nem que seja uns poucos metros juntos.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
É uma sabedoria não se deixar consumir pelo passado nem pela ambição ou o medo do futuro. Estar no presente como se só ele existisse, sabendo que este momento presente é irrepetível e único. "Não vivas a vida como se fosse um rascunho - podes não ter tempo de o passar a limpo!"
canta o pardal
sem saber o que vai comer
amanhã.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Olá Instituto de Odivelas
Caras alunas no IO:
Foi um grande parazer ter estado convosco no workshop de haiku. Gostei da vossa atenção, das vossas perguntas, da vossa simpatia e sobretudo dos vossos haiku.
Como prometido aqui ficam alguns deles. E não se esqueçam de caminhar sempre perto da arte e da poesia - espero que tenham gostado desta manhã tanto quanto eu.
E aí vão os haiku (com alguns toquezinhos meus...):
uma bola de pêlo
preta e cinzenta -
e a felicidade foi com ela.
todas as palavras
são pequenas,
mas significam tudo.
árvore avó
a seiva de sangue negro
renasce em mim.
as gaivotas voam
planam como folhas
sobre a terra.
falas do tempo
mas as folhas caem
e tu nem sabes.
não existo:
só a natureza
é o meu conforto.
ao vento,
rompendo a tijoleira -
uma flor amarela!
das madeiras ocas
e das cordas vibrantes
sai o gesto de quem toca.
meio-dia
o sino da torre toca -
é hora de voar...
frente dos sinos:
abanam ramos
no mesmo lugar.
apertei a caneta,
assobiei para o alto...
a tinta não sai.
pelo céu cinzento
sopra o vento -
caem as folhas.
pequenas folhas
caem no silêncio -
a noite chegou.
sorriso bonito
no rosto calmo -
coração quente.
o canto da ave
rasga o crepúsculo
do pensamento.
duas árvores unidas:
vidas partilhadas
em tudo.
Vazio -
caminhos desconhecidos
e escuridão.
correm as folhas.
É o vento que as empurra:
ele precisa delas.
um som mecânico
invade o silêncio.
E a meditação?
Claro que queria agradecer também à Dra Carmo Dias e ao Director do IE o convite e a fidalguia da receção.
Foi um grande parazer ter estado convosco no workshop de haiku. Gostei da vossa atenção, das vossas perguntas, da vossa simpatia e sobretudo dos vossos haiku.
Como prometido aqui ficam alguns deles. E não se esqueçam de caminhar sempre perto da arte e da poesia - espero que tenham gostado desta manhã tanto quanto eu.
E aí vão os haiku (com alguns toquezinhos meus...):
uma bola de pêlo
preta e cinzenta -
e a felicidade foi com ela.
todas as palavras
são pequenas,
mas significam tudo.
árvore avó
a seiva de sangue negro
renasce em mim.
as gaivotas voam
planam como folhas
sobre a terra.
falas do tempo
mas as folhas caem
e tu nem sabes.
não existo:
só a natureza
é o meu conforto.
ao vento,
rompendo a tijoleira -
uma flor amarela!
das madeiras ocas
e das cordas vibrantes
sai o gesto de quem toca.
meio-dia
o sino da torre toca -
é hora de voar...
frente dos sinos:
abanam ramos
no mesmo lugar.
apertei a caneta,
assobiei para o alto...
a tinta não sai.
pelo céu cinzento
sopra o vento -
caem as folhas.
pequenas folhas
caem no silêncio -
a noite chegou.
sorriso bonito
no rosto calmo -
coração quente.
o canto da ave
rasga o crepúsculo
do pensamento.
duas árvores unidas:
vidas partilhadas
em tudo.
Vazio -
caminhos desconhecidos
e escuridão.
correm as folhas.
É o vento que as empurra:
ele precisa delas.
um som mecânico
invade o silêncio.
E a meditação?
Claro que queria agradecer também à Dra Carmo Dias e ao Director do IE o convite e a fidalguia da receção.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Fotos
Hoje comemoro o "anti betismo". Anti - betismo é um movimento mal afamado, caluniado e que basicamente rejeita os comportamentos que se mostramm para parecermos que somos mais do que aquilo que somos. Hoje comemoro as pessoas que convidam os outros para casa e não pedem desculpas, os que publicitam fotos tiradas na cozinha, os que usam ténis usados e roupa "de velho": larga e confortável, comemoro as pesoas que dizem o que queriam mesmo dizer mesmo que pareça ignorante, parolo ou vulgar. É que, como dizia o nosso Fernandinho, nem só as cartas de amor são ridículas: são ridículas também as pessoas que se maquilham com hábitos, roupas e cenários que não são os habituais mas sim aqueles que elas selecionaram para parecer - sem ser - melhores do que são.
Hoje comemoro a simplicidade e a verdade.
a comida era má.
à saída tu disseste:
- "Que bom era o vinho!".
Hoje comemoro a simplicidade e a verdade.
a comida era má.
à saída tu disseste:
- "Que bom era o vinho!".
terça-feira, 10 de abril de 2012
Instituto de Odivelas
No ano passado fiz um workshop sobre poesia haiku para as alunas do Instituto de Odivelas a convite da Profa Carmo Dias. Correu muito bem e postei neste blog não só as fotos mas também alguns excelentes haiku feitos pelas criativas participantes.
Este ano vamos começar tudo de novo (o que não é o mesmo que repetir...)
Dia 18 de Abril lá estarei e comprometo-me a compartilhar aqui os resultados desta viagem pela poesia, sempre inesperada mas com garantia que ninguém dará por mal empregue o tempo que nela gastar.
Este ano vamos começar tudo de novo (o que não é o mesmo que repetir...)
Dia 18 de Abril lá estarei e comprometo-me a compartilhar aqui os resultados desta viagem pela poesia, sempre inesperada mas com garantia que ninguém dará por mal empregue o tempo que nela gastar.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
domingo, 8 de abril de 2012
4 Haiku de Páscoa
ecoa no vale
só um canto de cotovia.
O dia chega ao fim.
as núvens
dormiram entre os pinheiros.
De manhã: - Adeus!
cobre o bosque
um longo canto de rola.
só um.
vôam lentamente
as aves que voam alto -
os pardais têm pressa.
só um canto de cotovia.
O dia chega ao fim.
as núvens
dormiram entre os pinheiros.
De manhã: - Adeus!
cobre o bosque
um longo canto de rola.
só um.
vôam lentamente
as aves que voam alto -
os pardais têm pressa.
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