charrete turística -
atrás dela o Porsche
só com um cavalo.
turistic carriage -
behind it the Porsche
with a single horse.
um avião -
uma luz voa
as outras ficam.
an airplane -
a light flies away
the others stay.
não ouço passos
ouço o silêncio entre eles.
Ah, a neve!
I don't hear steps
only the silence between them
Ah, the snow.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
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33 comentários:
vento terral -
o cheiro de milho-verde
toma conta da praia...
daqui da varanda
vejo muitas flores lindas –
vestido da moça...
com todo encanto
esperando o fim do dia -
espalhadas garças...
gota de sereno
na folha do bambu -
viver é preciso...
contemplo a garça
que majestosa se estica -
lá no charco...
incessantes -
na noite de ano novo
fogos de artifícios...
também incessantes
ao fim do ano velho -
goteiras na varanda...
há na pedra
algo que encanta –
uma libélula...
abre-se a porta
e o olhar da moça
tem a cor do céu...
raios e mais raios -
os relâmpagos escondem
toda escuridão...
faz sentido
a tremedeira do cão –
trovões lá fora...
inútil
com este vento todo
o trabalho do gari...
acácia cortada -
em seu lugar ficou
o céu estrelado...
insuportável
este vento e também
a falta dele...
vindas com o vento
parecem cair do céu -
as andorinhas...
sobre a terra seca
além das folhas secas -
passam nuvens secas...
velhos passantes
na calçada antiga -
e os mesmos pombos...
noite de insônia:
late o cão da vizinha
sem ritmo algum...
faltaram estrelas
para este poema -
a noite se foi...
sem rumo -
eu poderia ser uma estrela
não fosse a garoa...
antes do anoitecer
todas as nuvens
perdem sua forma...
agora eu sei –
minha jornada é mais curta
que esta garoa...
após a chuva
sobre o gramado
poças de luar...
espere ! espere !
a névoa vai passar -
eis a via láctea...
penso que jamais haverá
em tempo algum
um frio como este...
lá fora o frio
vai gelando tudo -
não o coaxar do sapo...
ano novo:
ainda continua prá mim
a ser ano velho...
no meio do rio
havia uma ilha –
após a chuva não havia...
brisa da manhã -
curva-se até o chão
o bambu humilde...
o vento se foi -
o silêncio é cúmplice
das pétalas caídas...
neste mundo
aflita a vida vai passando
e logo se cansa...
entre o nevoeiro
um barco atraca -
de repente a garça...
já nos veremos
ao cair do orvalho
pela via láctea...
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