segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Medellin 4

Um murro no estômago, ou se quizerem um nó húmido na garganta.. Nas ruas centrais de Medellin um rapaz com talvez doze anos, sujíssimo, deitado no chão, talvez a pedir dinheiro. Tinha disquinésia (um tipo de Paralisia Cerebral) e olhava com os olhos fugidios mas significativos o movimento de pessoas no passeio. Estava sozinho, com as unhas enormes, cabelo inenarrável... um farrapo. Perguntei-lhe algo, não respondeu. Uma vendedora de rua ao lado disse "Dejelo... es un indigente". Talvez seja indigente mas porque o impediram de ser só "gente"? Às vezes a realidade devia vir embrulhada em algodão em rama... E ando eu práqui a pregar inclusão...

"pedras das calçadas -
estilhaços de sonhos
espalhados no chão"

2 comentários:

Luz disse...

E imagino que "isto" seja a evolução de uma verdade que já conseguiu ser ainda pior (como se pior ou melhor, nestes casos, pudesse ser uma quantidade qualquer).
Aqui em São Paulo, entretanto, noto uma diferença brutal - o que não me permite afirmar sobre o gigantesco Brasil, claro!
Esta minha América cá de baixo, tem tido mais de "Ame" do que de "rica", não é?
Pois...

Anónimo disse...

"Dejelo...es um farrapo", é o mais cômodo para os "humanos".