"Quem muito fala pouco acerta..." É um risco que correm as pessoas como eu. Falo tanto que a média do que eu digo é baixa em impacto, credibilidade, pertinência, etc. No fundo eu creio na palavra: no efeito apaziguador, de entendimento, de compreensão, de relação e pedagogia da palavra. Não necessáriamente da minha... Mas "da palavra".
Isto porque cada vez que se fala mostra-se o que somos, o que pensamos, o que tememos e como vemos o mundo. Isso é (quase sempre) útil aos outros porque a identidade que construímos é a custa da constatação das diferenças. E como se vêem as diferenças? Muito pela palavra.
Ainda que não reconhecendo que é necessariamente uma qualidade, vou continuar a falar demais...
meio-dia de Verão -
canta o melro desde a alba
só agora o ouvi
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
No caso, a modéstia não é falsa, mas para um professor que fala, a convite, pelo mundo a fora...
David, interessante, pensava que cultores dos epigramas de origem nipônica fossem mais comedidos na fala. Ou seja, nada a ver.
Sou muito, muito suspeita para comentar, mas não posso "deixar de falar": concordo com o poder da palavra, mas quanto ao que disse a seu próprio respeito, discordo em género e grau, mas não em número. Você fala muito. É facto. Mas e o seu grau de complexidade e de compreensão do mundo e da alma humana? E a "feminilidade" das suas palavras "masculinas"?
Calar tais palavras seria me privar de um mundo melhor.
"Quem fala muito (e bem) tem mais probabilidade de acertar".
É o seu caso.
Suspeita????
Não faz mal: falei.
Não o conheço, mas pelos comentários a seu respeito no forum HaiKai-L suas palavras são bem postas. Parabéns pelo seu trabalho, que conheci por meio deste blog.
Enviar um comentário