na Bienal de Veneza uma exposiçao de arte contemporânea está determinada em mostrar outras escalas para os coisas do quotidiano formigas e louva-a-deus enormes parecem dinossauros olhos do tamanho de pneus de camião, patas como árvores deitadas uma menina puxa pela mão do pai vem ver vem ver e o pai resiste agora não vem ver insiste só um bocadinho o pai acede meio contrafeito e é guiado e arrastado pelo corpo de quatro anos vês e apontou para o chão não vejo nada olha bem olha melhor vês vês o pai agachou-se e no chão havia um bicho de conta
a menina
quando o navio se afasta
olha os peixinhos
a menina
olha a alga no mar
sábado, 13 de junho de 2009
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2 comentários:
bonito!
David,
encontrei hoje o seu blog e comecei já a segui-lo! Há tão pouca gente a fazer haiku em Portugal...
Se não tiver nada mais interessante a fazer, como a desvitalização de um dente, passe pelo meu, quase só sonetos, mas onde tem ligação para o twitter onde coloco a maioria das minhas tentativas amadoras e amantes de haiku em português e inglês.
O uso habitual do twitter ("o que estás a fazer?") irrita-me um pouco - mas parece ser a ferramenta ideal para lançar haiku ao vento.
Há milhares de micro-poetas (?) em inglês mas tão poucos na mais poética das línguas: a nossa!
Um abraço,
ER
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