terça-feira, 16 de setembro de 2008

Yao Jingming (Pequim, 1958)

Do livro "Na Barca do Coração" de Casimiro de Brito. respiguei este poema de Yao Jingming, que me evoca algumas "dificuldades" democráticas na China


Na minha pátria


Na minha pátria
a porcelana tem mais de dez mil formas
mas qualquer delas é tão frágil
como a incurável ferida.

Na minha pátria
todas as sedas são pele de água
tecida pela morte do bicho da seda
no inumerável cair das folhas.

Na minha pátria
quase todos têm ao peito um bule de chá
mas o chá tão milenar
mesmo em gesto de alquimia
nunca torna o tempo num reino tranquilo.