Há pouco tempo fui a uma conferência na Gulbenkian sobre arte japonesa em que se falou sobre o "inro" japonês - aquela pequena bolsa suspensa ao pescoço. Visitei depois a (fantástica) exposição de pintura no Museu Nacional de Arte Antiga sobre os "primitivos Portugueses".
E que tem uma coisa a ver com a outra?
É que reparei que nos numerosos quadros pintados entre 1450 e 1550 não havia bolsos no vestuário nem pinduricalhos atados à roupa. E pensei...
Durante muitos séculos não precisamos de trazer nada connosco, depois vieram os bolsos (sempre cheios de "coisas"), depois as pastas (cheias de papéis que muitas vezes passeamos sem precisar) e agora trazemos o "portátil" com as nossa músicas, as nossas fotos, a nossa enciclopédia virtual, os nossos ficheiros, etc. etc. etc.
Cada vez precisamos de transportar mais coisas connosco. Porquê?
Talvez: 1. porque o que nós somos depende cada vez mais do que temos e 2. porque passamos para os bolsos e para "o portátil" o que devia estar na nossa mente e no nosso coração. Talvez...
3. Porque 99,9%¨de tudo o que carregamos no computador e nas pastas deveria estar no lixo.
ResponderEliminarDepois ainda temos a lata de reclamar que não sobra lugar/tempo/espaço para o coração!
A mente humana evolui tão rapidamente, que um dia talvez, ela venha a ser tão importante quanto o computador!
ResponderEliminarEntendam: Pai da Luz(PDL)... e "pai" do David!
ResponderEliminarE já agora meu AMIGO (isso mesmo com letras GRANDES)
ResponderEliminarDavid