sexta-feira, 18 de junho de 2010

O ano da morte de José Saramago

É inevitável falar hoje da morte do escritor José Saramago. Eu não me encontro entre os indefectíveis admiradores da sua prosa e mesmo de algumas das suas ideias. Disse-o várias vezes e até neste blog.
Mas a morte, tal como a noite, envolve a realidade numa aura de recato, de distância, de respeito, de pausa. E era assim que eu queria celebrar a morte de Saramago: lembrando com distância e véu o tanto que ele fez pela Língua Portuguesa, pela Literatura Portuguesa e o tanto que ele nos estimulou a pensar (mais do que a sonhar...).
Saramago disse um dia que Deus não tinha feito nada antes da criação do mundo, trabalhou 6 dias e depois voltou a não fazer rigorosamente mais nada. Eu, que não creio num Deus criador, não usaria esta metáfora trabalhista. Mas eu, que creio num Deus amalgamado do Bem, espero que este Deus tenha hoje feito alguma coisa: que tenha abraçado a tua alma, José, como se fosses um menino.

3 comentários:

  1. Não há dúvida do quanto ele fez pela língua portuguesa. Nem o pouco interessante que se tornou nos últimos tempos.
    Se calhar, é mesmo assim. Era o menino que já ali estava...

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  2. David,

    participei de um grupo de mediadores de
    leitura, no qual lemos o romance de
    José Saramago, Ensaio sobre a cegueira.
    Ao término da leitura da obra genial,
    e ainda comovidos por ela, soubemos da
    morte do escritor.
    De Saramago guardo a admiração por suas
    posições diante do mundo e por sua
    escrita imortal.

    Um abraço, josé marins (Brasil)

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