Está a desenvolver-se no grupo de discussão da internet "haiku - l" uma interessante discussão sobre as inspirações comuns que muitos poetas têm quando compoêm haiku. Tem-se argumentado que o haiku tendo uma temática definida e uma extensão muito curta é mais atreito a estas "inspirações comuns" que por vezes podem ser incómodas.
Tenho um exemplo pessoal para contar.
Publiquei no meu livro "Estações Sentidas: 111 haiku" o seguinte haiku:
Nas folhas de Outono
cai cavo e pesado o ouriço
sorri a castanha.
O agora descobri que Albano Matins publicou antes este:
Castanha
é a cor do sorriso
do ouriço.
Vamos só dizer que estou em boa companhia (espero que Albano Martins também esteja...)
David
ResponderEliminarRecortei ontem do jornal "Público" esta frase de Goethe:
"Todos os pensamentos inteligentes já foram pensados; é preciso apenas tentar repensá-los."
Será mesmo assim?
Cara Leonilda:
ResponderEliminarSobre o seu comentário com a frase de Goethe. Almada Negreiros dizia que (cito de memória) que quando nasceu já estavam escritas todas as frases que podiam fazer a humanidade feliz. Só faltava era mesmo aplicá-las. Augustina diz algo ainda mais lúcido “Só existem escritores porque não existe memória”. Tudo já foi escrito. Eu não acho que seja assim. Não creio num mundo que já está descoberto e só as expressões variam. Creio que existem coisas novas a descobrir e se não as vemos é porque desistimos ou não conseguimos.
Mas é impressionante as similitudes que encontramos na escrita dos haiku. Neste aspecto eu não tenho dúvidas: o que me interessa é o que senti e escrevi. Se alguém viu e escreveu parecido perco a obra mas entendo que melhor que não sou assim tão original.
Um abraço,
DR
Apenas confirmam que também os pensamentos rolam por aí, não se perdem. O dificil é que poucos conseguem capta-los.
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