quinta-feira, 5 de junho de 2008

É ou não é?

Isto não é um haiku:
e daí?
(é porque não fala de caqui?)


Mas este é um haiku!
E porquê?
Fala de Inverno, tem kigô!


Quando o haiku
te tentar limitar
manda-o mas é passear!


Pode não ter métrica
o haiku, nem natureza.
Mas sem poesia? Oh que tristeza...


Queria falar de ti
mas só três versos não chegam.
Fico contigo ou com o haiku?


Talto olhei para os kigos
pró presente e se a métrica acertava
que nem sei do que o haiku falava.


É ou não é?
Eu cá não sei...
Mas se mexe contigo... é um haiku.

5 comentários:

  1. Depois de ver entrevistas ao mestre goga e de ler uns textos dele como os 10 mandamentos pensei em escrever uma coisa como a sua. adorei

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  2. Olá!

    Não diria rebelião... mas sim uma reacção ao excessivo tracicionalismo com que se vê o haiku. Lembro-me de ter visitado uma "Casa de Portugal" no Brasil: eu, que vivia em Portugal, era o que sabia menos do país... O que fica do haiku, HOJE? È um bom tema...)
    Um abraço do

    David

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  3. Quando me perguntam o que é o Haiku eu respondo, invariavelmente, com a mesma ladainha de menina de escola que aprendia sempre bem as lições (ah ah) : 3 versos, 5-7-5, referência à natureza, verbos no presente, evitar adjectivos... as pessoas olham para mim muito surpreendidas... mas depois acrescento... isto são as "supostas" regras puristas... sentir, fruir e respirar... é vital. O haiku é assim. É vital. Escreve-se como se respira. Por vezes, com levez, por vezes a arfar, por vezes, a suspirar...Um abraço. Lu

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