domingo, 30 de novembro de 2008

Gravura de Hokusai


Veio-me parar à mão esta gravura da série de vistas do monte Fuji do famoso artista Hokusai (1760-1849).
É uma boa inspiração para escrever haiku, que acham?

sábado, 29 de novembro de 2008

Haiku na Universidade

A forma enxuta, directa e objectiva do haiku tem sido muitas vezes usada para suscitar uma primeira abordagem à produção de linguagem poética. Lembro Maria Kodama, viúva de Jorge Luis Borges, que editou um livro de haiku de crianças e jovens. O "Colégio da Torre" em Lisboa tem também feito com os seus alunos trabalho com haiku.
Os meus alunos da Faculdade de Motricidade Humana, foram na semana passada desafiados a escrever haiku. Alguns mandaram-me o resultado. Aqui fica o registo com os votos que eles nunca se afastem durante a vida da poesia para que a poesia não se afaste deles.
E recebam um abraço amigo!


Sentada no barco,
Sem tempo de partida,
Rumo incerto...

Ana Catarina Alves



A ave
Dança
Com o vento


O vento
As folhas
A sua comunhão

Tânia Silva



O sol brilha
Na manhã fria
E aquece-me.

Vanessa Martinho


A árvore
Balança ao vento
Como uma folha

Andreia Rodrigues


Dançam, a um canto
As folhas do jardim,
Levadas pelo vento.


Andreia Luís.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Já saiu.

E pronto! Já está cá fora o pintaínho a "Respirar" o ar fora do ovo. Chegaram-me ontem os primeiros exemplares. A editora vai agora distribuir o livro pelos locais do costume: FNAC, Bertrand, etc.
As coordenadas são:

"Respirar: 101 haiku", Corposeditora, 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Folhas e vento

As explicações podem ajudar a entender um haiku. Mas ele não pode ficar, na minha opinião, completamente dependente de uma chave que não se alcança. Pode ficar algo oculto mas o poema não pode ser um quebra-cabeças.
Talvez deva então explicar uma sensação que se me revelou sobre as coisas que enchem a nossa vida (com que vamos enchendo a nossa vida) e que parecem... que parecem "isto":


fiquem aqui, folhas!
Junto à falésia!
O vento já vem.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Yukio Mishima

Nunca é demais ler os romances de Mishima. A poesia está lá presente com elegância e pertinência. Olhem este excerto de "O marinheiro que perdeu as graças do mar":

"Por fim, sacudindo todo o porto e vibrando em todas as janelas da cidade; assaltando cozinhas onde se preparava o jantar e sórdidos quartos de hotel onde os lençõis nunca são mudados, e mesas de estudo à espera que as crianças cheguem a casa, e escolas e courts de ténis e cemitérios; mergulhando tudo num momento de dor, rasgando cruelmente inclusive os corações das pessoas não envolvidas, a sirene do Rakuyo gritou um último e imenso adeus. Com um rasto de fumo branco o navio fez-se ao largo. Ryuji desaparecia de vista"

Fantástica (triste e inexorável) discrição de uma partida.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hello Kitty!!!!




Não vão acreditar, mas chegou-me à maõs um livro da "Hello Kitty" (espero que conheçam...) intitulado "Estações do Ano: fotos e haicus". O livro é editado pela editora Madras de S. Paulo e é a tradução de um livro americano chamado "Through the Seasons".


Bom, a originalidade é que as fotografias da ursinha de peluche são ilustradas por haicus (sic...). E sabem? Alguns nem são maus de todo. Leiam este:




pousa a borboleta -


e fica para


o piquenique






domingo, 23 de novembro de 2008

International Haiku Association

Publico aqui o haiku premiado no concurso de 2008 da
The Haiku International Association (Japão):


chichi no hi to dare mo kizukazu owari keri

Autor:
Meguro-ku, Fumio Takabayashi


Father's Day-
it ends unnoticed
by anyone


Na minha tradução:

Dia do Pai
acaba sem ser anunciado
por ninguém.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Comemorações

Comemorar é por marcas no tempo e talvez desvendarmos novos significados no caminho da vida. Hoje tenho duas comemorações para assinalar e compartilhar: uma é que este blog já fez mais de um ano (14 de Novembro de 2007). Neste ano foram colocados quase 300 posts e um pouco mais de comentários. Estou feliz com o que o blog é: um pouco menos que Molesquine e um pouco mais que a gaveta. Queria agradecer às pessoas que se tornaram meus companheiros de caminho.
A segunda comemoração é o 118º (centésimo décimo oitavo) aniversário do nascimento do meu pai (1890). Um homem que não estando comigo há 28 anos me continua a visitar em sonhos, a inspirar a minha vida e do qual tenho sempre saudades.
E com estes dois aniversários, brindo simbólicamente com todos os amigos. Tchim, tchim! E obrigado!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

J.S. Bach

Bach escreveu música para cravo e violino. Divina, como toda a outra que fez. Há pouco tempo ouvi uma destas sonatas para cravo e violino tocada numa audição de alunos de música. Ainda que discreto, notei que o violinista acompanhava a sua interpretação com batimentos do pé na chão (acrescentando assim um instrumento de percursão à sonata). Aproveitei para escrever "isto":

Bach a dois:
um no cravo
outro na ferradura.

Casimiro de Brito

Uma notícia (ou duas): o poeta Casimiro de Brito lança o seu livro "69 poemas de amor" na Bulhosa dia 12 de Dezembro pelas 18h00. No dia 15 na SPA há a cerimónia de entrega dos prémidos do PEN Clube. Entrada livre.
E o haiku de hoje:

Sala de espera:
brinca debaixo das cadeiras
criança com febre.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

David Mourão-Ferreira

A minha amiga Lurdes, alertou-me para o livro "entre a sombra e o corpo" publicado em 1980 pelo grande poeta David Mourão-Ferreira. Este livro contém 30 poemas de três linhas que o autor previne no prefácio não serem haicai por não terem a métrica 5-7-5 mas sim 6-6-3. Mais a adiante escreve o autor: "(o leitor..) dirá ainda se estes falsos haicai lhe parecem ou não verdadeira poesia. Para mim constituiram eles, sobretudo, o apaixonante ensejo de tentar dizer, do modo mais condensado - e com possibilidades de mais de uma leitura - muito do que há muito, ou desde sempre, me venho esforçando por exprimir".
E aqui, neste blog, se conjugam então as palavras de um grande poeta com amizade de uma grande amiga.
Deixo duas amostras dos tais "falsos" haicai ("verdadeira poesia": está a brincar connosco?):

Manhã cedo as cigarras
em silêncio preparam
suas árias

Ao meio-dia em ponto
entre a sombra e o corpo
o encontro

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Tao do Haiku

Tao em chinês significa caminho. Tao é (como caminho) uma palavra muito bonita; não só pelo som doce de todas as suas vogais mas sobretudo pelo seu significado. Para mim não há melhor palavra para definir a vida.
Escrever haiku é uma forma de estar e fazer opções neste caminho. Mas há um Tao do haiku que não se esgota da linguagem. Tive a prova disso quando estive num encontro que a Lucília Saraiva inventou entre quem escreve haiku e quem faz esboços instantâneos da realidade à volta. (Que sensibilidades e traços fantásticos...)
O Tao do Haiku pode-se desenhar, escrever, compor, dançar, representar, (...) É preciso é caminhar...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Respirar: 101 Haiku

É bom ter amigos literatos. Uma voz amiga lembrou-me que já havia em português um livro chamado "Respirar" sobre a poesia de António Ramos Rosa e outro chamado "Respiração" de José Ângelo Gaiarça. E os livros que têm no título "respirar + qualquer coisa" (tipo "arte de respirar"ou "respirar o instante") são ainda mais numerosos. Mas a verdade é que não consigo encontar melhor título para um livro que organizei em "inspirar, expirar e transpirar". Que fique então "Respirar: 101 haiku" e que a diferença se veja no miolo e não no título.

E o haiku de hoje:


como uma enxurrada
o vento atravessa
os plátanos

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ban'ya Natshuishi and the tile

The Portuguese poet Casimiro de Brito went to Tokyo to a Poetry Festival organised by the Japanese poet Ban'ya Natsuishi. I asked Casimiro de Brito to give to Ban'ya a small Portuguese souvenir from the times that Issa was writting poetry. Ban'ya published on his blog the folowing text - That I can't traselate - about the Portuguese tile, Thank you Ban'ya!

http://banyahaiku.at.webry.info/200811/article_8.html



東京ポエトリー・フェスティバル2008出演の海外詩人から、いろいろ贈り物をいただいたが、最もユニークなのは、ポルトガルのタイル。カジミーロ・ド・ブリトー (Casimiro de Brito) が、友人のダヴィード・ロドリグス (David Rodrigues)から預かってきた。

ダヴィード・ロドリグスは、リスボンの大学教授、世界俳句協会会員。このタイルは、250年前のもので、小林一茶が生まれたときに作られたというメッセージが添えられていた。タイルには、ヨーロッパでよく見られる、様式化した百合の花が描かれている。調べてみると、小林一茶が生まれたのは、1763年。いまから245年前。    一茶の国へと空飛ぶタイルをブログに据える    百合の花咲くタイルは一茶の同級生  夏石番矢





segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ânsia

gota a gota
o cacto poupou água -
depois veio a cheia.


drop by drop
the cactus saved water -
then came the flood.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Boas Notícias / Good news

No fim de Novembro (data prevista) sairá o meu novo livro de poesia haiku: RESPIRAR: 101 Haiku. O livro está dividido em 3 partes: Inspirar, Expirar e Transpirar. Vai ser editado por uma nova e dinâmica editora de Vila Nova de Gaia chamada CORPOSEDITORA. O prefácio (excelente) é da autoria do poeta e professor brasileiro Paulo Franchetti. E mais não digo... agora é esperar que apareça o pintaínho...
(Grande ideia para darem de prenda de Natal...)



In the end of November, my new book of haiku poetry will be published. The title is RESPIRAR (BREATH) : 101 haiku. It's organized into 3 parts: Inspiration, Expiration and Transpiration. It's published by a new and dynamic publisher CORPOSEDITORA from Vila Nova de Gaia. The excellent preface is authored by Prof. Paulo Franchetti (Brazil). And now let's wait for the newborn chick.
(What a great idea for Christmas presents...)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Outono 1

Este sol de Outono
recorda mais o Verão
que o Inverno.

This Fall's sun
reminds me more the Summer
than the Winter.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um não haiku A "non" Haiku

Queimei as pontes
que me trouxeram aqui
nevoeiro à frente.

I burned the bridges
that brought me here
fog ahead.

Outono hoje

Manhã parada
pássaros em bicos de pés
luz de gaze.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Swallow

um pássaro ferido
suga a luz de Outono -
chegou o Inverno?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Dia 8 de Outubro

Ontem, como previsto e aqui anunciado, aconteceu a oficina de Haiku na semana "Portugal ao encontro do Japão" na Sociedade de Geografia de Lisboa. Eu e a Leonilda Alfarrobinha durante quase duas horas falamos e ilustramos o que é, para nós, o haiku. Desafiamos os participantes para escrever um haiku de Outono e depois comentamos. Fica aqui para registo um belo haiku escrito por uma das participantes, Rosa Maria Shimizu

Folhas de fogo
nos socalcos do Douro
fim da vindima.


Outra das participantes, Genoveva Faísca, escreveu um outro haiku que, por eu não me lembrar exactamente da forma com que ela o escreveu, aqui o recrio, com um sorriso:



Redondo o mundo:
uma planície de cores
na mesa do geógrafo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Surf

Incha o mar
será esta a onda?
Ainda não foi...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sociedade de Geografia

Ontem na Sociedade de Geografia de Lisboa houve uma sessão de homenagem ao embaixador Martins Janeira grande estudioso e divulgador da obra de Wenceslau de Moraes. A sessão foi interessantíssima assim como a exposição que está patente esta semana da SPL que tem para além numerosos documentos do embaixador Martins Janeira e do consul Wenceslau de Moraes, um conjunto lindíssimo de gravuras japonesas (Utamaro, Hirosigue, Hokusai, etc.).

domingo, 5 de outubro de 2008

Natureza

Montanha e céu.
Vesti-me de verde e azul
mas não ficou bem.


Mountain and sky.
I dressed of green and blue
but didn't match.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Noite de chuva / Rainy night

Chuva mansa
bafo quente da cama
no meu pescoço.

Quiet rain
and the hot buff of the bed
on my neck.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Dizer o suficiente...

A poesia haiku procura a frugalidade das palavras. Um exagero e um erro seria considerar que qualquer forma menos frugal seria redundante ou inútil... Cada coisa no seu lugar...
Vem isto a propósito de um poema que escrevi e do qual saiu um haiku. Neste caso, parece que o essencial ficou plasmado no haiku. Mas, nada como ler:

Na última noite
em que o sonho era
ainda possível,
quiz atrasar a chegada do sol.
Mas recebi a inexorável manhã
como um jorro de água
limpa e óbvia
que embebeu o chão
e o preparou para receber
o próximo sonho.


E agora leiam o haiku que foi postado ontem.

sábado, 27 de setembro de 2008

Ontem

o húmus
para o sonho de hoje
é o sonho de ontem.


the humus
for today's dream
is the dream of yesterday.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ver o mundo através de... To look at the world through...

Aprendi que na medicina tradicional chinesa o doente quando encontra o médico não aponta para o seu corpo mas para um boneco para lhe dizer onde se situam as suas queixas.
Lembrei-me disto a propósito do haiku. No haiku reforça-se a sugestão em lugar da descrição. O poeta de haiku usa a Natureza tal como o doente usa o boneco: para falar de si, para desenhar uma distância que o impeça de se confrontar com as suas emoções num estado mais primitivo. Falo de mim através da Natureza e ao falar dela, a minha dor, o meu amor, a minha alegria ou tristeza já vão embrulhadas numa representação que (quem sabe...) melhor me ajudará a lidar com elas...

neste caminho
ladeado de árvores mortas
tanta gente apressada.


I learned that, in the Chinese traditional medicine, the patient never points to his/her body: shows the doctor the simptoms pointing to a puppet. I remembered this about haiku. When one writes an haiku we use Nature as a intermediate to speak about ourselves, like the Chinese patients use the puppet. Using a intermetiate, the joy, the pain, the sorrow and the hapiness, appear already elaborated. And through such an image(maybe...) will be easier to live those emotions and feelings.

on this road
flanked by dead trees
so many people in a hurry.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Bambu

Crescem e vergam
lado a lado e sem partir
os bambus.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Haiku e Educação

São inumeráveis os trabalhos de haiku que têm sido desenvolvidos com crianças no âmbito de várias matérias educativas. O ensino da Geografia, Ecologia, Poesia, Literatura, etc. têm-se servido da estética haiku para incentivar os jovens a comprometerem-se na aprendizagem de forma mais activa. Queria só lembrar uma excelente antologia de Haiku produzida pelos alunos do "Externato da Torre" (Lisboa) e o trabalho "O caminho do Haiku" feito por Maria Kodama, viúva do escritor Jorge Luis Borges.
Desta vez o exemplo vem do Brasil. Um professor - João Toloi - ganhou um prémio no Concurso Paulo Freire com os haiku escritos pelos seus alunos. Pode conferir a entrevista com este professor em:

http://www.youtube.com/watch?v=tHCJY0_twbc

domingo, 21 de setembro de 2008

Tejo

Correm para mim
as pequenas ondas do Tejo
como poodles felizes.

Run to me
the little waves of the Tagus
like happy poodles.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Espera...

Esperando a queda
olhei todo o Verão para o figo
mas ele mirrou.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Sintra

Sintra no Verão -
há sim o negro entre o verde
mas azul entre o branco.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Yao Jingming (Pequim, 1958)

Do livro "Na Barca do Coração" de Casimiro de Brito. respiguei este poema de Yao Jingming, que me evoca algumas "dificuldades" democráticas na China


Na minha pátria


Na minha pátria
a porcelana tem mais de dez mil formas
mas qualquer delas é tão frágil
como a incurável ferida.

Na minha pátria
todas as sedas são pele de água
tecida pela morte do bicho da seda
no inumerável cair das folhas.

Na minha pátria
quase todos têm ao peito um bule de chá
mas o chá tão milenar
mesmo em gesto de alquimia
nunca torna o tempo num reino tranquilo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mais uma contribuição da Melissa (3 anos)

Já tinha publicado textos dela e este acaba de jorrar espontâneamente enquanto brincava sozinha com os seus bonecos de príncipes e princesas...



Abriu a porta do castelo
e toda a Primavera
estava lá.



Boa, Melissa!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Espaço Publicitário

Caros amigos:

Como já tinha dito aqui, dia 8 de Outubro na Sociedade de Geografia de Lisboa e no âmbito de um ciclo temático sobre "Portugal ao Encontro do Japão", vou realizar em colaboração com a Leonilda Alfarrobinha um worlkshop de haiku.
Era muito bom que aparecessem para estreitar laços.
Aqui segue o texto introdutório do workshop:


Oficina de Haiku

Dia 8 de Outubro, Sala convívio, 18:00hrs ~19:30hrs – 20 a 30 participantes
Orientada por David Rodrigues e Leonilda Alfarrobinha

A origem da criação poética no Japão perde-se na noite dos tempos, mas diz-se que tem as suas raízes no coração humano. Um dos géneros poéticos tradicionais, o haiku ou haikai, surgiu no séc. XVI, tem sido cultivado até aos nossos dias e salienta-se na literatura universal pela sua forma de expressão breve e concisa. O poeta deve expressar-se em apenas três versos evitando repetições e palavras supérfluas. A Natureza desempenha um papel importante nesta forma de poesia. A simplicidade e a serenidade são valores estéticos essenciais.
Nesta oficina pretende-se dar a conhecer um pouco da história e das características deste género poético, apresentar obras e poemas e motivar os participantes para a escrita de textos originais.
David Rodrigues é professor universitário, investigador e poeta de haiku. O seu livro Estações Sentidas – 111 Haiku, é uma das poucas obras do género publicadas em Portugal.
Leonilda Alfarrobinha, professora de Português e estudante de língua e cultura japonesa, é também poeta de haiku e publicou recentemente o livro, O Respirar das Flores, ilustrado por uma pintora japonesa.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Cheguei

Estou de regresso. Quando se escreve num blog não sabemos para quem. Talvez seja muitas vezes mais um organizador interno do que uma comunicação... bom. mas o certo é que cheguei (whatever it means...).
Venho de sentidos a transbordar de realidades surpreendentes e belas. Elas vão lentamente vazar para o teclado.
Claro que visitei a Grande Muralha. Fui com o meu sobrinho que usa cadeira de rodas. E aqui fica:

cadeira de rodas
cruza a Grande Muralha
o vento também

sábado, 6 de setembro de 2008

From China, with love...

Hoje em Beijing tentei comprar poesia chinesa em versão bilingue. Não tive sorte. Mas a poesia está muito presente na forma como o Homem organizou o olhar para a Natureza. Fala-se em raízes chinesas do haiku. É impossível não as crer depois de passear, por exemplo, pelos jardins da Cidade Proibida ou do Palácio de Verão.

livre
o cedro cresce
na cidade proibida.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

China

Duas semanas de interrupção no blog por causa de uma viagem à China. A ver se o "Império do Meio" continua a inspirar poesia. Em mim.

domingo, 24 de agosto de 2008

Figueira

Figueira sem folhas
vai rebentar de frutos
e eu a olhar para ela.

sábado, 23 de agosto de 2008

Outono

Noite de vento
amanhã as ruas
vão ter lixo novo.


Wind through the night
tomorrow the streets
will have new trash.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Debussy

Claude Debussy:
o suor no dorso
do cavalo a passo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Alva

Com a primeira luz
vejo a névoa passar pelos montes.
Que silêncio!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Primo Vieira

Pela mão do poeta Casimiro de Brito, tive acesso ao livro “Borboletas Brancas - Haicais” de Primo Vieira livro editado em Goiás em 1967. Deixo convosco 3 poemas deste poeta elegante e simples:

Ponto de Interrogação

Um colo de cisne
na página azul do lago
interroga o dia...


Insónia

Na noite que dorme,
que grilo é esse acordado
dentro da consciência?


O mosteiro

O mosteiro dorme,
rosa noturna de pedra.
que perfume... a paz.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Eclipse

sombra na lua:
é difícil aceitar menos
que lua cheia.


a shadow on the moon:
It's difficult to acept less
than a full moon.

domingo, 17 de agosto de 2008

Haiku e Jogos Olímpicos

Mais alto. mais longe e mais forte. Os Jogos celebram o "mais". A retórica da participação é marginal...
Com o haiku não se procura o mais (nem mesmo o mais curto); procura-se o suficiente. Procura-se a expressão mais lídima do espírito humano, que tal como a Física, encontra a sua maior complexidade ao lado da maior simplicidade.
O que importa nos jogos é como cada pessoa e equipa resolvem os problemas que se lhes põem. E são normalmente as soluções simples que são bem sucedidas.

Dez anos
para correr dez segundos.
Foi sonho ou pesadelo?

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Brasil no Inverno


Em Agosto é Inverno no Brasil. Curto, moderado mas brioso. Mesmo com o frio, a Natureza não se retrai e isso mostra esta foto.
Quem a mandou foi a Ivany Lima, de Jundiaí, uma poeta que escolheu escrever poesia com o olhar.

Obrigado!


segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Girassol

Borbulha vida
dentro da vida
do girassol.

domingo, 10 de agosto de 2008

Italo Calvino e o Haiku

No princípio dos anos 90 do sec. passado o escritor italiano Italo Calvino publicou um livro de grande impacto. Chamava-se "Seis propostas para o próximo milénio". Nele, Calvino propunha seis características que, na literatura e na vida, haviam de cunhar as acções no século XXI. Eram elas:

leveza,
rapidez,
exatidão,
visibilidade,
multiplicidade e
consistência.

Já pensaram como é que estas propostas calçam como uma luva na poesia que nos junta, o haiku?

Ainda os hairóticos

Como já disse aqui, a lista de discussão de haiku brasileira "haiku -l" tem estado a discutir e publicar haiku eróticos. Foi uma descoberta saber que todos os haidjin tinham na gaveta uns haiku "para maiores de 18 anos". A produção é enorme (e eu tenho contribuído) mas queria deixar aqui dois deles de um poeta de que só sei um nome: Pimentel. Vejam lá se eles não têm aquela brejeirice tão latina quando se aborda o erotismo...

Promíscuo xadrês.
O bispo come a rainha
nas barbas do rei !

Em teus olhos, o verde
em tua boca, o vermelho.
Paro ou continuo ?

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ainda há para onde olhar?

Nos últimos dias andei a olhar para os olhares. E encontrei olhares incompreendidos de crianças, olhares tristes e angustiados de idosos, olhares artificiais, "plásticos" e impacientes dos adultos...
Nem os animais escapam: olhares de vidas sem um sentido que não seja carne para o prato ou de uma draconiana disciplina em troca da efémera sobrevivência.
E o olhar para a Natureza? Os bocados aprazíveis e nos fazem suspirar a alma estão tão confinados que parecem cenários.
Há (ainda) olhares e lugares para olhar? Claro que sim... mesmo os vazios e tristes têm uma mensagem mas... cada vez mais o sentido, a história, tem que ser criada por quem vê. Assim rompeu a arte no século XX com o belo e com a imitação.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Açores III / Azores III

Do vento, na ilha,
só permanece o momento
em que ele parte.




From the wind, in the island,
only the moment of its departure
remains.

Açores II

Alguém deixou este comentário em forma de haiku. Gosto da inevitabilidade com que o vento das ilhar pertence ao mar...

Vento sobre a terra
Sopra sempre do mar
nas ilhas

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Açores

Vento sobre o mar
empurra para sul as velas.
No cais, vou com elas.

Wind over the sea
pushes the sails to south.
On the shore, I go with them.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Barcos de Verão

Proa ou leme?
O teu peito abre
o caminho.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Agua de Verão / Water in Summer

Que água pesada
cai na bacia da fonte!
Tarde de Verão.


What a heavy water
falls in the fountain pond!
Summer afternoon.

domingo, 27 de julho de 2008

Senhoras e senhores: mais um haijin!

Desta vez é Paulo Roberto Cechetti poeta brasileiro de Niterói que acaba de editar um livro de haikai eróticos. Ainda não lemos este último livro mas aqui ficam dois haikai da sua autoria para abrir o apetite...

Solidão

Essa solidão à mesa,
em pleno almoço:
mastigar a vida!

Motocicleta

Na rua de lua,
um vaga-lume eletrônico:
a motocicleta.

Espelho meu...

- Espelho meu,
há alguém mais burro do que eu?
- Há: a Bronca de Neve!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Fim de semana / Week end

Fim de semana
os passaros também parecem
mais alegres.


Week end
birds seem happier
too.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Uma variação...

Livre da gaiola
o canário vôa à tardinha.
Carpe diem!

Vôo do canário / The canary flight

Ao fim do dia
um canário em vôo errante.
Carpe diem!


At twilight
a canary flies wandering.
Carpe diem!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Urubus

Em Portugal não temos urubus. Numa visita a Florianópolis lembro-me de os ter visto pela primeira vez de perto e ter ficado "grudado" no seu andar rápido aos saltos e no seu andar lento, oscilando o corpo de um lado para o outro, como velhos cheios de artroses. E é em memória destas memórias com sabor brasileiro que aqui vai:


Urubus na praia
tirando sarro dos barcos
parados no mar.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Autoclismo.../ Flushing...

No meio da noite
o turbilhão da descarga.
Fica o silêncio a sarar.


In the middle of the night
the flush of the toillet.
The silence is healing.

Pardal / Sparrow

Caiu do ninho.
Não havia nada a fazer
e ele não sabia.


Fall from the nest
nothing was possible to do
and he didn't know.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Paulo Franchetti


Já falei algumas vezes de Paulo Franchetti, professor de literatura da Universidade de Campinas (São Paulo) que além de poeta, dá uma contribuição imprescindível para o estudo da poesia haiku em português. Aqui fica a capa do livro "Oeste" que recentemente editou no Brasil (Ateliê Editorial) com todos os haiku traduzidos para japonês por Masuda Goga.


I mentioned a few times in this blog the name of Paulo Franchetti, professor of Literature in the University of Campinas (São Paulo). Besides his important contribution as a poet, he provides an outstanding contribution to the development of haiku in Portuguese. Here the cover of his last book "Oeste" recently edited in Brazil, with Japanese traselations by Masuda Goga.

domingo, 20 de julho de 2008

Haiku Society of America

Dear friends:

The journal "Flogpond" published by the Hailu Society of America will include on its Fall issue a haiku I wrote:

Sunset upon the lake
the babble of the day
echoes in me alone.

(I hope you like it too...)

sábado, 19 de julho de 2008

Na praia / In the beach

Borboleta branca
atordoada pelas cores
dos guarda-sóis.


White butterfly
dizzy by the colors
of the umbrellas.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Crisântemo

Anda mais devagar!
Despenteaste o crisântemo
com a pressa.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Coração...de cristal / A heart made of cristal...

Da janela aberta
o coração de cristal
semeia arco-iris.


From the open window
the cristal heart
seeds rainbows.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Basho


Acabo de receber este livro "Basho: The Complete Haiku" que é um livro lindíssimo. Para além dos 1012 haiku que se atribuem a Basho, este livro tem extensas notas sobre cada um destes haiku. 430 páginas de puro deleite para os amantes de haiku.


I just received this book :"Basho: the complete haiku". It´s a beautiful book. Besides the 1012 haiku written by Basho, there are more that 200 pages of notes about each one of the poems. It's 430 pages of pure delight!

domingo, 13 de julho de 2008

Penas / Feathers

Pardal à chuva
arrepiei-me ao vê-lo.
(Onde estão as minhas penas?)


Sparrow in the rain
chills me when I see it.
(Where are my feathers?)

sábado, 12 de julho de 2008

Hoje / Today

Hoje vi o passado
quando olhei para a poça
que tinha saltado.


Today I saw the past
when I looked the puddle
I had just jumped.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

One haiku a day, keeps the doctor away...

Dicionário ilustrado
o novo da minha infância
já está no museu.


Illustrated dictionary
the news of my youth
is alredy in the museum.

terça-feira, 8 de julho de 2008

"Burajiru" de Nelson Savioli (Ed. Qualitymark), 2007

Tenho na mão um livro de haicais do poeta brasileiro Nelson Savioli. É um livro de formato pequeno mas cuja dimensão engana: é pequeno mas trabalhado como uma gema.
Escreve uma introdução onde para além das características mais comuns diz que o haicai deve ter Kigo (termo de estação), sabi (solidão e tranquilidade), wabi ( beleza das coisas simples) e karumi (leveza).
Depois, publica os seus hacais tendo 40 páginas (!) de notas sobre cada um deles! Depois de dois apêndices "Haicai no mundo corporativo" e "O Português no Cotidiano japonês", tem uma competente lista de bibliografia, indice remissivo e ainda (last but not least) agradecimentos.
Estão a ver o que eu dizia do livro: pequeno mas arrumado como um ninho de sabiá...
Parabéns Nelson!
O mais importante (?). Dois poemas do livro:

As rugas sumiram
do rosto do anfitrião.
Chegou a Primavera!

Geada na serra
Na borda do copo brilham
nossas digitais.

Futebol / Football

A vida não tem
prolongamento: passa logo
aos penaltis.


Life doesn't have
extra time: goes directely
to penalties.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Encontros...

Está a desenvolver-se no grupo de discussão da internet "haiku - l" uma interessante discussão sobre as inspirações comuns que muitos poetas têm quando compoêm haiku. Tem-se argumentado que o haiku tendo uma temática definida e uma extensão muito curta é mais atreito a estas "inspirações comuns" que por vezes podem ser incómodas.
Tenho um exemplo pessoal para contar.
Publiquei no meu livro "Estações Sentidas: 111 haiku" o seguinte haiku:

Nas folhas de Outono
cai cavo e pesado o ouriço
sorri a castanha.

O agora descobri que Albano Matins publicou antes este:

Castanha
é a cor do sorriso
do ouriço.

Vamos só dizer que estou em boa companhia (espero que Albano Martins também esteja...)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um convite /An invitation

Não tem muito a ver com o Haiku mas... tem a ver comigo. O Dixie Gang é uma banda de Jazz tradicional da qual eu faço parte, como pianista. Nos dias 11 e 12 o Dixie Gang convidou a Paula Oliveira para cantar connosco e vamos dar dois concertos no Hot Clube em Lisboa. Todos são cordialmente convidados!

It's not connected with haiku but it is connected with me. Dixie Gang is a band of traditional jazz that I belong as pianist. Next 11th and 12th, Dixie Gang will invite the jazz singer Paula Oliveira and we give two concerts in the Hot Clube in Lisbon. Everybody is welcome!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Buraco azul /Blue hole

Houve uma árvore
mas só restou este céu
como um buraco azul

There was a tree
but only this sky remained
as a blue hole.

Macieira

Tanto me segurou
e só agora a macieira
parece cansada.

Only now,
after holding me for so long
the appletree looks tierd.

Mahler

Mahler. E de repente,
uma flor de jacarandá
no pára-brisas

Mahler. And suddenly
a jacarandá flower
on the windscreen

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um haiku do Mestre Goga

Planto hoje uma muda,
amanhã, duas ou mais,
sonhando com a mata.

H. Masuda Goga

domingo, 29 de junho de 2008

sábado, 28 de junho de 2008

O Haiku é sempre no presente?

O poeta e linguista Paulo Franchetti, lançou uma dúvida numa lista de discussão sobre haiku (haikai-l) se o haiku deveria sempre ter os verbos no presente. Mandei para a lista esta contribuição que compartilho com os meus leitores:~


Paulo e amigos do haiku –l:
Fico centrado na pergunta (ao mesmo tempo estimulante e sapiente) de PauloFranchetti, e segue a minha contribuição:
1. Na sua exacta dimensão temporal, o haiku nunca é presente: é sempreuma reminiscência de um passado. Mesmo que tivessemos um papel e uma canetasempre à mão...O haiku tem sempre algo de “arqueologia de sentimento e deemoções”. Claro que para lhe dar mais verosimilhança o fazemos desfilar numcenário presente mas um presente que à semelhança do tempo verbal se deveriachamar “pretérito presente”.
2. Parece-me que o “pathos” do haikai é o de “um” momento.Pessoalmente é-me irrelevante se foi um momento passado ou se simula ser(porque nunca é) imediato.
3. O processo de “arquivamento” destas emoções, (tal como a sua“reactivação”) contextualiza-as e necessariamente lhes retira a algumaespontaneidade (vemos isto bem nas emendas que fazemos aos nossos haikais).Eu até já escrevi haikai de emoções que nunca senti e só imaginei...
Um abraço para todos.

A inspiração de Leonilda Alfarrobinha no solstício...

solstício de Verão -
uma lua afogueada
espreitando a festa

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Castanheiro

O sol vai ficando
nas folhas do castanheiro
até as torrar.

Filosofices VIII

Só em três linhas
a poesia alarga
o grande mundo.

domingo, 22 de junho de 2008

Ontem/ Yesterday

A luz sobe
com a poesia e a música
solstício de Verão.

Nenhuma noite
tem mais claridade que esta
solstício de Verão.

Digam lá se gostam.../ Say if you like...


Comprei algumas gravuras japonesas muito bonitas com cenas de teatro No. Podem ver acima uma das tais... (Para que serviriam elas se mais ninguém pudesse as pudesse ver?)
E a descrição da gravura em inglês:
This woodblcok print is a one of scenery from noh done by well known artist of Noh,Kougyo Tsukioka dated Taisho 14(1925).It is done so beautifully in fill colors with Kougyo's signature and stamp on the bottom.

sábado, 21 de junho de 2008

Solstício

Hoje é o dia
em que a luz entra mais
na noite.

Hoje os pássaros
cantam mais e o sono
vem mais tarde.

Há vida de noite
mas a minha é de dia
hoje tenho um bónus.

Abençoada noite!
já estava cansado
de tanto sol.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Andorinhas

Quem desenha
o vôo das andorinhas
são as moscas.

No lento trânsito... / In the traffic jam...

Um sorriso!!!
Alguém atende um telemóvel
na fila do trânsito.


A smile!!!
Someone answers a celular
in the traffic jam.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Convite e texto de Casimiro Vaz






C.Vaz

21.06.2008

Solstício de Verão



Dependendo de estrelas, planetas,
De seus movimentos e rotação;
Carcavelos saúda o Solstício de Verão.

Com música e poesia e
As ondas do mar por companhia,
Celebram o indiferente cruzar
Das orbitas do Sol e da Terra
Nesse dia.

Despedida

Agora,
que de vez te foste embora,
eu pergunto: E agora?

terça-feira, 17 de junho de 2008

O de hoje... / Today's special

Na areia as gaivotas
e não penso senão nelas
até a noite chegar.

Seagulls in the sand
and I only think on them
till night comes.

Uma história moral

Recolhi da internet e achei que valia a pena ler:

Dois lobos
Certa noite um velho Cherokee falou ao seu neto sobre uma batalha que se trava no interior das pessoas. Disse ele, “Meu filho, a batalha é entre dois ‘lobos’ dentro de cada um de nós.
Um é o Mal. É raiva, inveja, ciúme, remorsos, cobiça, arrogância, auto comiseração, culpa, ressentimento, complexo de inferioridade, mentira, falsa modéstia, e egoísmo.
O outro é o Bem. É alegria, paz, amor, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e confiança.”
O neto pensou um minuto e perguntou ao avô: “Qual dos lobos ganha?”O velho Cherokee respondeu simplesmente, “aquele que tu alimentas.”

domingo, 15 de junho de 2008

Um desenho de Ana Oliveira (lindo...)


(Clique na imagem para a tornar maior /Click on the image to make it bigger).

Folha Verde / Geen Leaf

Cai da árvore
uma folha ainda verde.
- Tenho de ir, é tarde!


A leaf still green
falls from the tree.
- It's late, I must go!

Alentejo

Só se ouve
nesta manhã de Primavera
a brisa nas pétalas.

The only sound
in this Spring morning
is the breeze through the petals