no bolso das calças
vibra o telemóvel -
bem-vinda!
Bem-vindo ao HAIKUPORTUGAL! Este Blog pretende ser um lugar de encontro de pessoas que gostam e escrevem poesia Haiku. Deixe o seu comentário e/ou o(s) seu(s) haiku. Welcome to HAIKUPORTUGAL! The main aim of this blog is to be a "meeting point" of people that love and write Haiku poetry. Leave your comment (and a Haiku).
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
Haiku de Curitiba
tradinha de Outono -
pelas janelas o ônibus
desfila o mundo.
passa o ônibus:
de dentro e de fora
olhares curiosos.
todos estão a morrer:
uns depressa,
outros devagar.
ondas brancas
o êxtase do mar
chegando à praia
flor da duna:
só colhida
murchou.
pelas janelas o ônibus
desfila o mundo.
passa o ônibus:
de dentro e de fora
olhares curiosos.
todos estão a morrer:
uns depressa,
outros devagar.
ondas brancas
o êxtase do mar
chegando à praia
flor da duna:
só colhida
murchou.
Requinte
Re - quintar = levar à quintessência. Mas... onde está o requinte? Falando em gastronomia... O requinte estará num escultural prato de cozinha francesa ou numas favas com entrecosto deliciosas servidas numa tasca?
Todos diremos: na primeira opção. O requinte é o mais nos afasta do desejo, o que mais disfarça o desejo. O requinte encapota o que é a fome, a sensualidade. O requinte afasta-nos da natureza humana, do imediatismo da satisfação dos nossos desejos. No mundo do requinte não há urgência, quantidade, necessidade; tudo é diferido, qualitativo e opcional.
E o requinte popular? Aquele que sem querer ser o é?
Ah... a pétada da rosa!
Quase parece
a do malmequer!
Todos diremos: na primeira opção. O requinte é o mais nos afasta do desejo, o que mais disfarça o desejo. O requinte encapota o que é a fome, a sensualidade. O requinte afasta-nos da natureza humana, do imediatismo da satisfação dos nossos desejos. No mundo do requinte não há urgência, quantidade, necessidade; tudo é diferido, qualitativo e opcional.
E o requinte popular? Aquele que sem querer ser o é?
Ah... a pétada da rosa!
Quase parece
a do malmequer!
sábado, 19 de novembro de 2011
O dinheiro
Um tema sempre interessante é o que compra o dinheiro. Diz-se que não compra a saúde (mas ajuda muito), diz-se que não compra a felicidade (mas ajuda muito...).
Mas há coisas que o dinheiro dificilmente compra: as ausências. O dinheiro coipra presenças, coisas, matérias, serviços e objectos. Mas o dinheiro não foi feito para o nada, para a "não existência". Asim...
comprei uma aparelhagem
e afinal já tinha o silêncio,
comprei um quadro
e afinal já tinha olhado o céu
comprei uma viagem
e afinal já lá tinha estado....
todo este dinheiro
afastou-me mais do que eu queria
e pôs um biombo (mais um)
entre mim e a paz.
Mas há coisas que o dinheiro dificilmente compra: as ausências. O dinheiro coipra presenças, coisas, matérias, serviços e objectos. Mas o dinheiro não foi feito para o nada, para a "não existência". Asim...
comprei uma aparelhagem
e afinal já tinha o silêncio,
comprei um quadro
e afinal já tinha olhado o céu
comprei uma viagem
e afinal já lá tinha estado....
todo este dinheiro
afastou-me mais do que eu queria
e pôs um biombo (mais um)
entre mim e a paz.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Como as telhas
assim são as vidas. A nossa vida é protegida por um lado e proteje por outro. Só um bocado da telha vive por si: uma parte vive porque está coberta pela telha de cima; outra parte vive a cobrir a telha de baixo. Agora que a velhice se está a tornar quase tão longa como a infância finalmente podemos cobrir tanto quanto fomos cobertos. Mas a verdade é que quando nos cobriram foi sem condições ou retribuição; nem sempre é assim quando cobrimos...
a telha
desincaixou -
chove na casa.
a telha
desincaixou -
chove na casa.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Desabafo com 170 anos
Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico ? [ ... ] cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. "
Almeida Garrett, in " Viagens na Minha Terra ", ( 1843 )
Almeida Garrett, in " Viagens na Minha Terra ", ( 1843 )